segunda-feira, 14 de março de 2011

A rodada dos campeonatos estaduais de futebol


Neste fim de semana, tivemos mais uma rodada dos campeonatos estaduais de futebol. Houve jogos nos diversos estaduais pelo Brasil afora, mas vamos comentar apenas os campeonatos do Rio, São Paulo e Minas Gerais, pela representatividade que estes estados têm, pois juntos reúnem onze clubes dos vinte que compõem o Campeonato Brasileiro da Série A.
No Campeonato Paulista os quatro grandes (São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos) venceram seus compromissos e estão no topo da tabela, empatados com 28 pontos ganhos. Pelos critérios de desempate o São Paulo lidera, seguido de Corinthians, Santos e Palmeiras. O número de participantes neste campeonato de pequena duração, apenas três meses, é absurdamente alto: vinte equipes, que jogam entre si numa primeira fase, classificando-se oito para a segunda fase que é disputada em regime de mata-mata, havendo grande probabilidade de o título ficar com um dos quatro grandes.
No Campeonato Carioca, o número de participantes também é excessivo, dezesseis equipes. Flamengo e Fluminense fizeram um clássico de baixo nível técnico e empataram pro O x O. Vasco e Botafogo venceram suas partidas. Lá, pelo menos, os participantes dão divididos em dois grupos, o que minimiza o número de jogos. Por outro lado são dois turnos distintos. O interessante é que ao final de cada turno, o vencedor é sagrado campeão, com muita festa e uma comemoração digna de um título nacional, com troféu, volta olímpica, etc.
Já o Campeonato Mineiro tem doze equipes participantes e se, considerarmos o baixo nível das equipes do interior e a péssima estrutura de seus estádios poderia ter também um número inferior de participantes. Nos últimos anos o título tem ficado com Cruzeiro ou Atlético, mas agora o América surgiu das cinzas, conseguiu classificar-se para a série A, do Campeonato Brasileiro e tem feito uma ótima campanha no estadual. Neste final de semana, o Cruzeiro arrasou o Democrata de Governador Valadares por 7 x 0 e o América virou para cima do Guarani de Divinópolis por 4 x 2. Já o Atlético por pouco não perde para o Ipatinga, quando esteve perdendo por duas vezes e conseguiu empatar por 2x2.
Muito se tem discutido sobre a validade atual destas competições. Imprensa esportiva, dirigentes de clubes e torcedores têm divergido sobre este tema.
Até os anos oitenta, os campeonatos regionais no Brasil ostentavam uma grande importância. Hoje parece estranho afirmar isso, mas os campeonatos estaduais eram mais importantes que o campeonato brasileiro daquela época. É verdade! Os times dedicavam mais atenção e mais investimentos nos estaduais do que no brasileiro.
Agora boa parte dos comentaristas esportivos pede o fim dos estaduais, por considerar que eles não atraem mais o público, são mal organizados, tem grande número de participantes, etc., etc.
Bem, primeiro é preciso considerar que os comentaristas esportivos, principalmente, os do eixo Rio - São Paulo falam e escrevem como se só houvesse futebol nos estados que tem times participando da série A, do campeonato brasileiro.
Na verdade apenas nove estados participam da série A do Campeonato Brasileiro, no total de vinte times (SP: quatro; RJ: quatro; MG: três; RS: dois; PR: dois; SC: dois; GO: um; BA: 1 e CE: 1). Nos demais dezoito estados o campeonato estadual ainda continua sendo o grande evento esportivo do ano. Nestes estados não há necessidade de mudança.
Nos estados que tem equipes participando da série A, do campeonato brasileiro, sim, há necessidade de mudanças urgentes. Estas mudanças já deveriam ter sido feitas pelas federações estaduais a partir de 2003 quando a CBF instituiu o campeonato por pontos corridos, ocupando oito meses do ano.
A primeira alternativa é retirar os times participantes da série A, dos campeonatos estaduais. Neste caso, os times teriam mais tempo para a pré-temporada, jogariam um número menor de partidas por ano e o campeonato brasileiro poderia ser alongado, evitando as rodadas de meio da semana.
A segunda alternativa e, provavelmente, mais viável, seria a redução de equipes nos campeonatos estaduais e uma mudança na sua forma de disputa, de forma a atrair mais o público.

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