quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A Imagem do Cruzeiro Resplandece...


Desde o dia 15 de janeiro, último, eu não faço nenhuma postagem neste espaço que criei para falar de diversos assuntos, mas, principalmente, política e futebol. Minha ausência desse blog deveu-se a minha desilusão com a política brasileira, cada dia mais corrupta e inescrupulosa. Também o futebol me desanimava, pois os dois times que eu acompanho e torço, o Cruzeiro e a Seleção Brasileira tiveram campanhas pífias em 2011 e 2012.

Felizmente, no futebol o ano de 2013 só me trouxe alegria. Brasil, campeão mais uma vez da Copa das Confederações e o Cruzeiro, campeoníssimo do Brasileirão 2013, com uma participação memorável, escrevendo mais uma página histórica e imortal, demonstrando mais uma vez ser não apenas o Maior de Minas, mas também o Maior do Brasil.

Tudo começou com uma grande reestruturação do elenco de jogadores, com mais de 80% de mudança e a contração de novo técnico, o Marcelo de Oliveira, bem conhecido da China Azul, pois foi grande jogador de nosso maior rival, o Atlético Mineiro, onde também foi técnico das categorias de base e até da equipe principal. Exatamente por isso houve uma reação negativa por parte da torcida, o que foi totalmente superado ao longo do ano.

O Cruzeiro perdeu o Campeonato Mineiro deste ano, devido, principalmente, a um regulamento esdrúxulo, pois ao longo da competição acumulou 40 pontos, enquanto o Atlético apenas 36. Jogou três vezes com o Galo, ganhou duas e perdeu uma. Mesmo assim perdeu o título. Nas duas partidas da final, perdeu uma por 3x0 e ganhou a outra por 2x1, isto é, perdeu o título no saldo de gols. Campeonato que começa por pontos corridos e termina em mata-mata gera este tipo de injustiça.

O melhor estava por vir. O Campeonato Brasileiro de 2013 ficará da história do futebol, pela exibição fantástica do esquadrão azul. Na primeira rodada uma goleada de 5x0 sobre o Goiás. E o resultado não foi devido a fragilidade do adversário, pois o time goiano fez uma belíssima campanha ao longo do campeonato e sim o prenúncio de uma equipe que iria brilhar intensamente durante toda a competição.

Apesar deste inicio promissor o Cruzeiro sabia da grande dificuldade de conquistar o título, pois além de vencer seus adversários teria de ultrapassar um esquema armado para facilitar a vida das equipes do eixo Rio-São Paulo, formado pela Rede Globo, que paga cotas de TV muito maiores, principalmente, para Flamengo e Corinthians e um grupo de árbitros que erram quase sempre a favor dos times do eixo.

Todas as dificuldades foram sendo superadas, a cada rodada o time cruzeirense foi mostrando sua força, sua técnica, sua união, seu poder ofensivo e os gols foram saindo, foram jorrando como uma cascata azul. Futebol bonito, limpo, toques rápidos e precisos, o verdadeiro futebol arte, o verdadeiro futebol brasileiro.

Até a 34ª. rodada foram 23 vitórias, 72 gols marcados, com média de 2,12 gols por partida, aproveitamento fantástico de 72,5% e o primeiro campeão a vencer todos os seus adversários na era dos pontos corridos. Este é o Trem Azul, máquina de fazer gols, na sua maioria, de beleza plástica invejável.

Neste momento de alegria e festa, é inevitável lembrar o saudoso cronista esportivo Armando Nogueira, que ao se referir ao Cruzeiro expressou de forma poética:

“Há muito tempo que vejo o Cruzeiro, em campo, como um espelho azul do céu de Minas Gerais. É um espetáculo deslumbrante quando o Mineirão se veste todo de azul profundo para exaltar o futebol. Azul, cor da nobreza.
Não é por acaso que o Cruzeiro tem sangue azul...”.

Grande Armando Nogueira, em qualquer lugar que você esteja, saiba que o nosso Cruzeiro voltou a jogar exatamente como você viu naquela época.

Para encerrar segue a nova música cantada pela Nação Azul:

"Dizem que somos loucos da cabeça. Amamos o Cruzeiro, é o que interessa. O mundo inteiro teme a ‘Bestia Negra’. Seremos campeões e não se esqueça. Não somos loucos, somos Cruzeiro! Não somos loucos, somos Cruzeiro!"

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O que esperar do futebol brasileiro em 2013




O ano de 2012 foi muito positivo para o futebol brasileiro, principalmente, para os times, já que a seleção, mesmo apresentando certa evolução, deixou a desejar, como tem ocorrido nos últimos anos.

Nossas equipes venceram todas as competições internacionais das quais participaram.

O Santos ganhou a Recopa Sul-americana. Trata-se de uma competição oficial organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) e reuniu o campeão da Taça Libertadores da América (Santos) e o campeão da Copa Sul-americana (Universidade de Chile), ambos do ano anterior (2011).   Em Santiago do Chile foi 0x0 e no Brasil 2x0 para o Santos.

O São Paulo levantou a Copa Sul Americana, após uma final tumultuada contra o Tigres da Argentina. 0x0 na Argentina e 2x0 apenas no primeiro tempo no Morumbi. No segundo tempo o Tigres não voltou ao gramado, alegando que seus jogadores foram agredidos pelos seguranças do São Paulo no vestiário. A CONMEBOL confirmou o título do São Paulo.

Ao Corinthians coube a grande façanha do ano. Ganhou o sonhado título de campeão da Taça Libertadores da América sobre o Boca Juniors e o título mundial em cima do milionário Chelsea, da Inglaterra.

O sucesso das equipes brasileiras em 2012 é resultado de  maior investimento e melhor gestão que vem ocorrendo nos últimos anos no Brasil, embora tenhamos que evoluir muito.

Para 2013 podemos ser otimistas. Quatro times (Fluminense, Atlético-MG, Corinthians e Palmeiras) já se classificaram para a fase de grupos da Taça Libertadores e dois outros (Grêmio e São Paulo) vão participar da pré Libertadores, com grandes chances de também participar da fase de grupos. Poderemos ter até seis agremiações na Libertadores e será possível, inclusive, ter dois times brasileiros na final. Na Recopa já garantimos um título brasileiro, já que dois times nacionais vão disputar a competição: Corinthians e São Paulo.

O Campeonato Brasileiro tem melhorado  todos os anos e podemos esperar mais uma disputa emocionante este ano. As equipes estão se reforçando, poucos jogadores foram vendidos para o exterior e alguns estão sendo repatriados, como é o caso do Pato, maior aquisição do Corinthians.

Quanto à seleção brasileira, pairam dúvidas. Depois de dois anos de renovação, nenhuma conquista importante e uma aparente evolução nos últimos jogos, a nossa seleção é uma incógnita para a disputa da Copa das Confederações em junho próximo. O técnico Mano Menezes perdeu todos os jogos contra as seleções da primeira linha do futebol mundial, além de perder a medalha de ouro mais fácil que o Brasil já teve oportunidade de disputar nas Olimpíadas de Londres de 2012. Por isso foi substituído.

Agora, sobre o comando de técnico Felipão, que conquistou nosso último mundial em 2002, as esperanças se renovam e esperamos voltar a ganhar títulos. A disputa será árdua na Copa das Confederações, pois teremos, entre outras, as seleções do México, da Itália e da temida Espanha, considerada por todos como a melhor seleção de futebol do mundo, atualmente.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A Inoperante Política de Reduzir Temporariamente os Impostos para Alavancar a Economia



“Os donos do capital incentivarão a classe trabalhadora a adquirir, cada vez mais, bens caros, casas e tecnologia, impulsionando-a cada vez mais ao caro endividamento, até que sua dívida se torne insuportável. (1867)”.
Karl Marx

Inicio meu post de hoje com esta frase de Karl Marx, embora eu não seja comunista, muito pelo contrário, sou radicalmente contra qualquer forma de ditadura, de esquerda ou de direita.

A razão de começar com esta impactante frase de Karl Marx prende-se ao fato de sua semelhança com a politica econômica do governo Dilma, por mais paradoxal que possa parecer, uma vez que o PT, historicamente, é um partido de esquerda, fundamentado nos princípios do socialismo. Mas o que temos presenciado é um grande esforço para aumentar o consumo, levando as famílias a um alto índice de endividamento.

Com intuito de combater os reflexos da crise financeira internacional na economia brasileira e incrementar o Produto Interno Bruto (PIB), a equipe econômica do governo Dilma, tomou medidas pontuais para aumentar o consumo.

O governo aumentou muito o crédito imobiliário, provocando um acréscimo considerável na demanda nesse setor e, consequentemente, um aumento exagerado no preço dos imóveis.

Reduziu o IPI (Imposto de Produtos Industrializados) dos automóveis, proporcionando, incialmente, um aumento na venda de veículos novos, enchendo ainda mais as cidades de carros e tornando ainda mais insuportável o transito de veículos. Além de agravar a mobilidade das cidades e aumentar a poluição, há também o impacto sobre a receita de estados e municípios. 

Em pronunciamento junto à Comissão de Meio Ambiente, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) fez o seguinte alerta: “Ao invés de investir em uma política de inovação tecnológica em atividades de baixo carbono, o governo estimula o consumo de automóveis, o que torna nossas cidades menos sustentáveis”.

O maior argumento da equipe econômica para a redução do IPI dos automóveis é a preocupação com o nível de emprego e a manutenção do parque automotivo, no entanto essa não pode ser o principal estímulo à indústria nacional.

Reduziu também o IPI dos eletrodomésticos da linha branca e móveis. Esta medida provocou antecipação de compras para aproveitar o estímulo fiscal, contribuindo para o endividamento das famílias. Num segundo momento há, inevitavelmente, uma retração nas vendas e a formação de estoques indesejáveis. Foi o que ocorreu tanto na venda de veículos como nos eletrodomésticos e móveis.

O setor de veículos ilustra bem esse movimento. Depois do recorde de vendas atingido em agosto, houve queda de mais de 30% em setembro na comparação com o mês anterior no número de automóveis e comerciais leves vendidos. Segundo a Associação Nacional de Veículos Automotores - Anfavea houve uma redução  na produção de veículos comerciais leves, caminhões e ônibus de 1,9% em 2012 em comparação com 2011. Ao longo do ano a indústria como um todo também sofreu recessão.

A prova mais evidente do fracasso da política econômica do governo é crescimento pífio do PIB em 2013, em torno de um por cento, isto é, próximo de zero.

Neste cenário destaca-se a figura do ministro Guido Mantega, que age como um boneco programado para repetir indefinidamente que o PIB vai crescer, vai crescer, vai crescer, enquanto os números mostram uma redução constante em suas previsões. Sua atuação bisonha já se tornou uma chacota internacional. A revista The Economist já sugeriu sua queda e um dos blogs do jornal Financial Times o colocou e a presidente Dilma como personagens centrais de um conto de fim de ano. Ele como “Elfo vidente” por causa de suas previsões não confirmadas para o crescimento. Novamente o governo e os economistas estão prevendo um maior crescimento para o ano em curso. Como ambos erraram feio em 2011 e 2012 não dá para confiar.

Para 2013, se a presidente Dilma quiser mesmo alcançar um “pibão grandão”, como ela afirmou recentemente, ela deveria aproveitar sua ampla maioria no Congresso Nacional para aprovar uma reforma tributária séria, que pudesse simplificar nosso complexo sistema tributário e reduzir sua altíssima carga, aumentar consideravelmente os investimentos estatais, que em 2012 foi metade do valor autorizado e melhorar sua relação com a iniciativa privada, mesmo contrariando a filosofia petista de estatização ou continuaremos patinando e perdendo a oportunidade de nos tornarmos uma grande potencia econômica.