Hoje é inevitável tecermos um comentário sobre o casamento do século entre o príncipe William e a ex-plebéia e agora princesa Kate Middleton, ou melhor, Sua Alteza Real, a duquesa de Cambridge Catherine Elizabeth Middleton.O evento tornou-se um grande show da midia internacional, sendo visto por mais de dois bilhões de pessoas em todo o mundo. Apenas em Londres, um milhãos de súditos acompanharam o casamento ao vivo. Apesar da modernidade, a monarquia continua deslumbrando os povos de mundo todo.
Depois de tanta notícia ruim, como o terremoto do Japão, o massacre de crianças em Realengo e a violência na Líbia, é muito bom podermos falar de um evento que sempre nos alegra e nos emociona. O casamento por reunir duas pessoas, que supostamente se amam e estão dispostas a viver juntas, dividindo os bons e maus momentos da vida, já nos traz um alento de esperança.
A manutenção da família real britânica, mesmo sem poder político e com um custo considerável, sempre provocou polêmica.
Muitas pessoas consideram um desperdício gastar dinheiro público com uma família real que representa apenas o conservadorismo simbólico. No entanto, diante da extraordinária mídia espontânea e seus reflexos em termos de imagem da nação diante do mundo e o aumento do turismo, chegamos a conclusão que, em termos de marketing, o custo benefício é positivo. Acredito até que os franceses, rivais eternos dos ingleses, devem estar sentindo uma pontinha de inveja.
William e Kate são bonitos, educados, moram num castelo, andam de carruagem, verdadeiros personagens de um conto de fadas. Eles atraem a atenção das massas que por um momento deixam suas vidas monótonas e passam a viver o sonho da realeza.
Por outro lado, mesmo com toda a pompa, o casal real é formado por dois seres humanos, com todas as virtudes e defeitos de todos nós. Este enlace para ser duradouro e feliz dependerá, como qualquer relacionamento a dois, da existência de muito amor de ambas as partes. Esta é a única forma de convivência saudável no casamento. Amor significa renúncia, respeito à individualidade do outro, compreensão e cumplicidade. O início deste romance não foi nada promissor, uma vez que Kate planejou a sua aproximação do príncipe com visível intenção de fisgá-lo e foi muito bem sucedida. Nos próximos anos poderemos comprovar o resultado deste casamento, que esperamos não seja conturbado e trágico como foi o dos pais do noivo, Charles e Diana.
Para finalizar reproduzo o que disse o mestre Kahlil Gibran sobre o casamento, no livro O Profeta:
“Vocês nasceram juntos e juntos ficarão para todo o sempre.
Ficarão juntos quando as asas brancas da morte decretarem o fim de seus dias.
Sim, permanecerão juntos até mesmo na silente memória de Deus.
Mas que haja espaço em meio a sua união,
E que os ventos celestiais dancem entre vocês.
Amem uns aos outros, mas não façam do amor um grilhão.
Que ele seja, sim, o balanço do mar entre as praias de suas almas.
Encham a taça uns dos outros, mas não bebam da mesma taça.
Repartam o pão uns com os outros, mas não comam do mesmo pedaço.
Cantem e dancem juntos e sejam alegres, mas permitam que cada um também seja sozinho.
Assim como estão isoladas as cordas de um alaúde, embora vibrem a mesma música.
Dêem seus corações, mas não à guarda uns dos outros.
Pois só as mãos da própria Vida podem conter seus corações.
E fiquem lado a lado, mas não próximos demais uns dos outros.
Pois os pilares do templo ficam afastados.
E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.”