São Paulo e Palmeiras perdem a invencibilidade

A sexta rodada do campeonato brasileiro foi muito boa. O São Paulo, único time até o inicio desta rodada com 100% de aproveitamento, perdeu sua invencibilidade de forma surpreendente. Não pela derrota em si para o seu maior rival, o Corinthians, e sim pelo placar elástico de 5x0, goleada esta construída toda no segundo tempo, com direito a deplorável “frango” do Rogério Ceni, excelente goleiro, mas que falhou feio no quinto gol corintiano. Liedson que não marcava a três partida, reabilitou-se fazendo três gols. Esta foi a grande surpresa da rodada.

No Ceará, outro invicto, o Palmeiras, caiu diante do Ceará, que no ano passado já fizera um bom campeonato, mas este ano, vinha de três derrotas, um empate e apenas uma vitória. Foram 2x0 e mais três bolas nas traves defendidas pelo goleiro Marcos. Vitória incontestável.

Já os times cariocas se saíram muito bem neste final de semana, todos venceram seus jogos, com destaque para o Flamengo, que goleou o Atlético-MG por 4x1, gols marcados no segundo tempo, depois de um primeiro tempo horroroso, com péssima atuação das duas equipes. Na etapa final, o Atlético marcou primeiro, aos sete minutos. Ronaldinho Gaucho, com belo gol, empatou aos vinte e um. Daí para frente o Galo se perdeu inteiramente e proporcionou ao Flamengo marcar mais três gols. O Atlético-MG vem caindo de produção a cada partida.

O Vasco da Gama derrotou o Atlético GO, no estádio Serra Dourada, por 1x0. O time goiano que ensaiava uma reação no campeonato voltou a perder e o Vasco vai se firmando a cada dia. Depois de levantar a Copa Brasil, a equipe de São Januário vem fazendo um bom campeonato.

O Botafogo, jogando em seu estádio, derrotou o Grêmio por 2x1 e pulou para quarta posição na tabela passando a fazer parte do G4. É até surpreendente este bom desempenho do Fogão.

O Fluminense depois de duas derrotas consecutivas sob o comando de Abel Braga conseguiu, às duras penas, derrotar o lanterna do campeonato, o Avaí, por 1x0.

Na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, o Cruzeiro finalmente conseguiu sua primeira vitória, derrotando o Coritiba por 2x1. As duas equipes que foram as sensações no início da temporada terão que melhorar muito para voltar a brilhar. Para voltar a disputar o título, a curto prazo, o Cruzeiro terá que vencer seus próximos cinco adversários. Assim, chegará a vinte e um pontos em onze jogos, com média próxima a dois pontos por partida. A equipe que chegar ao final do campeonato com esta média será, fatalmente, o campeão. 

Em Curitiba mais uma derrota do Atlético PR. Agora foi a vez do Bahia, que ganhou de 2x0 e provocou a queda do técnico Adilson Batista, que depois de fracassar no Corinthians e Santos, agora deixa o time paranaense de forma humilhante. Depois de seis jogos, o Atlético-PR apresenta o seguinte histórico: cinco derrotas e um empate, dez gols sofridos e um marcado, apenas um ponto ganho, com aproveitamento de 5,6 %.

Já o Internacional que não fazia boa campanha, melhorou sua posição na tabela ao derrotar o Figueirense, que ao contrário vinha fazendo boas partidas, de goleada, por 4x1.

O jogo América MG x Santos, que completaria a sexta rodada, foi adiado para o dia 02 de julho, na Arena do Jacaré.

 

A música no último volume e o ar condicionado gelado

Vou falar de dois assuntos que me incomodam muito. Prejudicam os tímpanos e causam muito desconforto. Refiro-me a mania, que me parece mundial, de ouvir música no último volume e outra, que acredito seja nacional, de regular o ar condicionado no nível de fazer inveja aos pingüins do pólo norte.

O hábito de ouvir música com o som muito alto tem provocado aumento na incidência de problemas de audição nos jovens e causado espanto e perplexidade nas pessoas mais velhas.

Quando caminhamos pela rua sempre cruzamos com jovens equipados com fones de ouvido e ouvindo música com o volume tão alto que conseguimos ouvir também mesmo a certa distancia. Também é comum vermos passar carros que são verdadeiros trios elétricos. Se mesmo distantes conseguimos ouvir a música estridente, imagine dentro do veículo que barulho infernal deve ser.

Pior é quando vamos a uma festa, um baile ou um bar, onde a música nos impede de conversar com nossos amigos, temos que gritar para sermos ouvidos.

Não consigo entender esse comportamento, para que tanto barulho?

E olha que eu adoro música. Aliás, é difícil encontrar alguém que não goste. A música faz bem para o corpo e para a alma. Eu ouço pelo menos uma hora de música clássica todos os dias. num volume de som bem razoável, é claro.

Outra coisa que me incomoda é o ar condicionado. Por vivermos em um país tropical, onde na maior parte de nosso território o verão é intenso, se torna praticamente impossível trabalhar, dirigir ou dormir sem o auxílio deste importante aparelho. Até aí tudo bem, a refrigeração do ar é ótima. Mas o problema começa quando sua regulagem é desproporcional.

Quando vamos a um banco, um escritório ou a uma repartição pública quase sempre notamos que o ar está excessivamente frio, gelado mesmo.

Outro dia fui ao Pronto Atendimento do Hospital Santa Mônica, em Vila Velha, ES. A sala de espera com, pelo menos, umas vinte pessoas aguardando atendimento estava simplesmente gelada. Alguém que estivesse gripado ali, certamente sairia com pneumonia. E isso dentro de um hospital. Certa vez fiz uma viagem de ônibus leito, de Curitiba a Belo Horizonte em pleno inverno. Como o veículo tinha ar condicionado eu imaginei que ele estaria aquecido. Ledo engano. O ar estava tão frio que eu fiquei uma semana resfriado.

Aí eu fico pensando: será que eu estou errado, o certo é ouvir musica alta e tremer de frio com o ar condicionado marcando dez graus?

O Santos é o novo campeão

A Copa Libertadores das Américas teve seu inicio em 1960, quando o Peñarol foi o primeiro campeão, repetindo o feito em 1961. Já em 1962, o maior time de todos os tempos, o Santos de Pelé, sagrou-se campeão numa final exatamente contra o Peñarol, vencendo por 3x0. Aquela memorável equipe era formada por Gilmar, Lima, Mauro, Dalmo e Calvet. Zito e Mengálvio, Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe foi também campeão mundial em 1962, repetindo os dois títulos em 1963.

Agora em 2011, quarenta e oito anos depois, sob o comando de Neymar e Ganso, o Santos volta a brilhar no cenário sul-americano, ao levantar o troféu de campeão das Américas pela terceira vez.

Foi uma partida difícil, disputada e nervosa, como deve ser uma final. A proposta de jogo do Peñarol foi adiantar a marcação e dificultar o toque de bola do Santos. Esta estratégia funcionou no primeiro tempo, quando o meio de campo da equipe praiana criou pouco, além de mostrar certo nervosismo. O volante Arouca que durante toda a competição foi peça importante, tanto no desarme, quanto no apoio ao ataque errava passes seguidamente e comprometia as ações de ataque. Este primeiro tempo terminou com um certo equilibrio entre as ações ofensivas das duas equipes.

No segundo tempo, o Santos voltou arrasador e logo aos dois minutos, exatamente o jogador Arouca, após receber passe de Ganso, driblou vários defensores do Peñarol e serviu a Neymar que não perdoou, colocando a bola entre o goleiro e a trave direita, com precisão cirúrgica.

A partir daí o Peñarol teve que sair para o jogo, tentando o empate e, consequentemente, abrindo mais espaço para o Santos atacar. Aos vinte e quatro minutos, Danilo penetrou na área e chutou forte no canto direito do goleiro, ampliando o placar e dando maior tranqüilidade à imensa torcida santista espalhada por todo o Brasil.

Tudo ia bem, até que aos trinta e cinco minutos, o zagueiro Durval, que vinha fazendo uma excelente partida, marcou contra e proporcionou ao Peñarol voltar para o jogo e tentar o empate. Foi muita emoção até o final da partida. Mas os meninos da Vila souberam resistir a pressão e conquistaram com brilhantismo mais um título importante para o futebol brasileiro. Agora é torcer para que Neymar e Ganso, os grandes artífices desta conquista, nos ajude a levantar a Copa América, no próximo mês, na Argentina.

Times paulistas lideram Brasileirão

Após a adoção do sistema de pontos corridos no campeonato brasileiro há um evidente domínio dos times paulistas. Das oito competições já realizadas os paulistas conquistaram cinco, os cariocas duas e os mineiros uma. No entanto, nas duas últimas temporadas Flamengo e Fluminense foram os campeões. Esta recente hegemonia do futebol carioca foi confirmada este ano com a conquista da Copa do Brasil pelo Vasco da Gama.

Neste inicio de Brasileirão nos parece que haverá uma tentativa de reação por parte das equipes de São Paulo.

Senão vejamos: O São Paulo lidera com 15 pontos e 100% de aproveitamento, seguido do Palmeiras com 11 e Corinthians com 10. Na quarta posição está o surpreendente Figueirense também com 10 pontos. Desta forma, os paulistas lideram com certa folga, pelo menos, até esta quinta rodada.

Atlético-MG, Botafogo e Vasco, com oito pontos, Atlético-GO, Grêmio e Flamengo, com sete pontos, todos embolados, completam a parte de cima da tabela, mas já um pouco distantes do São Paulo, líder isolado.

Na parte de baixo, já próximos da temida zona da degola, estão Fluminense e Internacional, com seis pontos, Santos, Bahia e América-MG, com cinco e Coritiba com quatro.

Na zona do rebaixamento está o Ceará, com quatro, o Cruzeiro com três e Atlético-PR e Avaí com apenas um ponto.

A grande surpresa desta ZR é a presença do Cruzeiro, que antes do início do campeonato era citado por todos os comentaristas esportivos como um candidato ao título. É claro que ainda dá tempo para recuperação, mas se a reação não vier rapidamente poderá haver um aprofundamento da crise e até mesmo o rebaixamento, porque não?

Esta é a análise do momento. Certamente muita coisa vai mudar, pois o campeonato é longo e sempre reserva surpresas. Vamos acompanhar.

Dilma reconhece méritos de Fernando Henrique Cardoso

Os oito anos de mandato de Fernando Henrique Cardoso consolidaram a estabilização da moeda e a modernização do Brasil, criando condições para o atual crescimento econômico que estamos vivendo hoje.

Para ser mais justo tudo começou com Fernando Collor de Melo, que hoje é mais lembrado pelo confisco da moeda e pelo processo de impeachment do que pelo seu programa macroeconômico que iniciou a inserção do pais na globalização da economia calcado em quatro pilares básicos: a abertura do mercado, a privatização das empresas estatais, a quebra de monopólios e o controle das contas públicas. Pelo menos os três primeiros pilares ele teve a coragem de implantar, mesmo enfrentando as mais drásticas resistências da oposição.

Este processo estava tão afinado com a modernidade que se tornou irreversível e mesmo com a saída do Collor e a posse de Itamar Franco, que a princípio era contrário às idéias chamadas neoliberais, deu continuidade na política econômica e realizou a grande façanha de estabilizar a moeda por meio do Plano Real, que é creditado a FHC, então ministro da Fazenda, mas sob o comando de Itamar presidente.

Quanto ao desempenho do governo FHC, transcrevo as palavras da presidente Dilma, em carta que foi entregue pelo seu ministro Nelson Jobim ao ex-presidente:

“Em seus 80 anos há muitas características do senhor Fernando Henrique Cardoso a homenagear.
O acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica.
Mas quero aqui destacar também o democrata. O espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os dias de hoje.
Esse espírito, no homem público, traduziu-se na crença do diálogo como força motriz da política e foi essencial para a consolidação da democracia brasileira em seus oito anos de mandato.
Fernando Henrique foi o primeiro presidente eleito desde Juscelino Kubitschek a dar posse a um sucessor oposicionista igualmente eleito.
Não escondo que nos últimos anos tivemos e mantemos opiniões diferentes, mas, justamente por isso, maior é minha admiração por sua abertura ao confronto franco e respeitoso de ideias.
Querido presidente, meus parabéns e um afetuoso abraço!”


Esta foi a herança deixada por FHC para Lula, cuja política rasteira e revanchista, chamou de herança maldita.


Felizmente temos agora na presidência uma pessoa que nos surpreende com esta atitude de verdadeira estadista.


A história fará justiça a Fernando Henrique Cardoso.

4ª. Rodada do Brasileirão mostrou São Paulo Voando e Cruzeiro em Queda Livre

São Paulo e Cruzeiro, dois dos times indicados pelos principais comentaristas esportivos do Brasil como favoritos à conquista do título apresentam posições opostas na tabela de classificação

O São Paulo venceu com autoridade o Grêmio por 3x1, soma doze pontos em quatro partidas, com 100% de aproveitamento, líder isolado da competição.

Já o Cruzeiro conquistou apenas dois pontos em quatro partidas, quase 100% de fracasso, participa da zona de rebaixamento, bem próximo da lanterna.

Será que o São Paulo está mesmo tão bem e o Cruzeiro tão mal. Nem uma coisa nem outra.

O São Paulo é realmente uma grande equipe, que foi reforçada com jovens e bons jogadores oriundas das categorias de base, mas não significa que é o melhor time do Brasil e que será campeão. Certamente fará uma boa campanha e poderá até ser campeão, mas é muito cedo para qualquer afirmação neste sentido.

O Cruzeiro também é uma grande equipe. Começou a temporada de forma arrasadora. Na primeira fase da Taça Libertadores aplicou diversas goleadas, marcou vinte gols e sofreu apenas um sendo o primeiro colocado de todos os grupos. Nas oitava de final foi surpreendentemente eliminado pelo Once Caldas, da Colômbia. Daí para frente não se encontrou mais. Perdeu em seguida a primeira partida final do campeonato mineiro para o Atlético, mas reabilitou-se vencendo a segunda e conquistando o título. Parecia que ia superar o trauma da derrota para o Once Caldas, mas voltou a jogar mal pelo Brasileirão. Perdeu duas partidas fora de casa para o Figueirense por 1x0 e para o Fluminense por 2x1. Nas duas partidas jogou mal e mereceu perder. Nas duas partidas que jogou em casa empatou de 1x1 tanto com o Palmeiras quanto com o Santos. No entanto, nestes dois jogos o time jogou muito bem, vibrante, agressivo, dominando inteiramente o adversário, criando muitas oportunidades de gol e errando quase todas. Foram dois empates inexplicáveis. Acredito que o Cruzeiro vai reagir, voltar a vencer e será ainda um candidato ao título.

Nas ddemais partidas não houve surpresas: Corinthians 2x0 Fluminense; Internacional 2x2 Palmeiras; Vasco 1x1 Figueirense; Botafogo 2x1 Coritiba; Bahia 1x1 Atlético MG; Avaí 2x2 América MG; Atlético GO 4x1 Ceará; Atlético PR 1x1 Flamengo.

Ideli Salvatti é uma aposta de alto risco

Toda a crise desencadeada com a publicação do rápido e mal explicado enriquecimento do ex-ministro Palocci e seus desdobramentos deixou claro que a atual presidente Dilma estava mal assessorada em termos de articulação política. Como se sabe ela é essencialmente técnica, uma gestora. Mas para governar é imprescindível um bom relacionamento com o Congresso Nacional, inclusive com a oposição. O Lula, que era eminentemente um político fazia isso muito bem. No governo Dilma, o Palocci, além de suas atribuições técnicas faria também a articulação política, juntamente com o ministro das relações institucionais Luiz Sérgio e os líderes do governo na Câmara de Deputados e no Senado Federal.

Muito bem. Palocci, com a crise, mesmo mantido no cargo perdeu totalmente sua força e acabou demitido. O ministro Luiz Sérgio e o deputado Candido Vacarrezza, líder do governo na Câmara, demonstraram evidente despreparo para a função.

Tornou-se inevitável a substituição do ministro Luiz Sérgio

Com a posse da nova ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann foi noticiado que ela ficaria apenas com área técnica do gabinete e que a articulação política seria exercida, agora com mais força, pelo ministro das relações institucionais.

Todos nós ficamos aguardando um nome de um político com fácil transito no Congresso, alguém que pudesse negociar de forma proativa com a base aliada e que pudesse ser aceito também pela oposição. É assim que se faz política.

O PT de São Paulo que ficou fragilizado com a saída de Palocci esperava uma indicação de um dos seus membros. O PMDB declarou não se interessar pela vaga, mas, certamente gostaria de indicar alguém do PT que fosse de seu interesse.

Eis que surge a grande surpresa: a ex-senadora e atual titular do Ministério da Pesca Ideli Salvatti, conhecida pela sua agressividade, pelo seu espírito guerreiro e combativo, um verdadeiro “pit bull”.

Tudo indica que esta nomeação vai desagradar ao PT e ao PMDB, os dois principais partidos de sustentação da presidente Dilma.

Parece que a presidente não entendeu bem o que é articulação política ou acredita que pode ganhar “no grito”.

Tenho minhas dúvidas!

Vasco volta a ser grande e conquista a Copa do Brasil em jogo emocionante

Na verdade o Vasco da Gama nunca deixou de ser grande, se considerarmos sua imensa torcida, suas grandes conquistas que enchem sua sala de troféus e os corações de seus torcedores de orgulho. No entanto, nos últimos oito anos sua participação medíocre em campo, caindo, inclusive para a segunda divisão, não lembrava em nada a equipe que tanto brilhou nos gramados dos Brasil e do exterior.

Mas ontem o Gigante da Colina reviveu seus mais memoráveis momentos de glória, ao conquistar com todo o merecimento a Copa do Brasil, segundo mais importante título em disputa no Brasil, perdendo apenas para o Campeonato Brasileiro.

A partida foi eletrizante, digna de dois finalistas extraordinários, onde houve muita técnica, luta, raça, garra e ao mesmo tempo técnica e lealdade.

O resultado deu a vitória ao Coritiba por 3x2, mas a vitória de 1x0, que o Vasco impôs ao Coritiba em São Januário, proporcionou ao Vasco esta grande conquista.

Após 112 anos de história, o Vasco levanta pela primeira vez, a Copa do Brasil, título que lhe faltava, já que tem quatro títulos brasileiros, duas Libertadores e inúmeros campeonatos estaduais.

Nos oito anos de trevas, o rebaixamento à série B representou o fundo do poço. Neste período a única comemoração dos vascaínos foi o milésimo gol do Romário, que lhe redeu, inclusive, uma estátua em frente ao estádio.

Hoje, no entanto, os torcedores desta grande equipe, espalhados por todo o território nacional, poderão bater no peito e exclamar com orgulho: É campeão, É campeão, É campeão! O campeão voltou!

Neste momento de júbilo, não podemos deixar de comentar que os clubes de futebol do Brasil poderiam ser muitos maiores e não precisariam exportar seus principais craques para a Europa, se no comando deles tivéssemos homens sérios, honestos e comprometidos com a boa gestão de seus patrimônios. Falo isto para lembrar que durantes longos anos o Vasco foi comandado pela tenebrosa figura de Eurico Miranda, sobre o qual pesam pesadas denúncias de corrupção, falcatruas e uso inadequado de recursos do clube. Agora com o Roberto Dinamite, maior ídolo da torcida e um dos maiores jogadores do passado recente do clube em sua presidência possamos, pelo menos, ter a esperança de uma administração mais confiável e séria.

Cai Palocci e Gleisi Hoffmann assume a conturbada Casa Civil

Após um grande desgaste, que praticamente provocou uma paralisia do governo federal, a Presidente Dilma, contrariando seu padrinho Lula, demitiu o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

A competência de Palocci é reconhecida até pelos seus opositores. Foi ele quem salvou o primeiro mandato de Lula, mantendo os pilares do programa macroeconômico de FHC. Palocci é técnico e ao mesmo tempo político e foi colocado pelo ex-presidente Lula ao lado de Dilma, exatamente para comandar a articulação política do governo, contrabalançando a principal deficiência da atual presidente que inegavelmente é uma boa gestora, mas nunca foi política.

Palocci, no entanto, mais uma vez se viu envolvido em um escândalo. Sua “folha corrida” é extensa: quando prefeito de Ribeirão Preto foi acusado de uma série de irregularidades como corrupção, recebimento de propina, etc. Depois, como ministro era freqüentador de uma casa de orgia em Brasília, onde se misturava com garotas de programa e lobista. Foi acusado de quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo. Negou, mas agora a própria Caixa Econômica Federal informa que a ordem para a quebra do sigilo veio do gabinete de Palocci. Agora consegue um enriquecimento suspeitíssimo e se nega a dar explicação. É muita lambança para quem exerce um importante cargo público e Palocci se tornou o pivô da primeira crise no governo Dilma.

A presidente saiu desgastada com este episódio. Esperava-se uma ação mais rápida e ela não veio, principalmente, pela interferência do ex-presidente Lula, que a aconselhou a manter o ministro. Como a pressão para a saída do ministro era cada dia maior não foi possível mate-lo. Esta pressão vinha, especialmente, da ala radical do PT e dos aproveitadores do PMDB que não querem a modernização do Brasil e vinham no ministro o risco de uma política progressista, que pudesse reduzir seus privilégios.

Felizmente a escolha de Gleise Hoffmann, com pouca experiência, mas com qualificação técnica e talento político, demonstra que a presidente Dilma volta a tomar o comando das ações. Espera-se também um reajuste geral na articulação política do governo.

Terceira Rodada do Brasileirão marcou a despedida do Petkovit, o sérvio mais carioca do planeta

O grande acontecimento da terceira rodada do Brasileirão foi a despedida do meia armador

do Flamengo, Dejan Petkovic, de 38 anos, que ao contrário de outros jogadores que se despedem entrando no jogo apenas alguns minutos, para em seguida, receberem as  homenagens, Pet jogou 45 minutos, com boa.atuação e encerra uma carreira de forma brilhante.

Pet chegou ao Brasil pelo Vitória, passou pelo Venezia, pelo Vasco, onde salvou o time do rebaixamento em 2003, jogou no Japão, novamente pelo Vasco, Fluminense, Goiás, Santos e Atlético-MG. Voltou desacreditado, ao Flamengo em 2009, mas deu a volta por cima e foi de fundamental importância na conquista do campeonato brasileiro daquele ano. Pet em sua carreira de 21 anos jogou por 15 times diferentes.

Como o jogador argentino Sorin que tão bem se adaptou a Belo Horizonte, Petkovic abraçou o Rio de Janeiro como poucos cariocas o fazem. Felizmente a direção do Flamengo reconheceu sua contribuição ao clube e prestou-lhe uma grande homenagem.

A terceira rodada mostrou um aumento de público e uma boa média de gols. Foram 30 em nove jogos, já que São Paulo x Atlético MG foi adiado para a próxima quarta-feira. Quando o campeonato brasileiro de futebol passou a utilizar o sistema de pontos corridos em 2003, muitos torcedores reclamaram que não haveria mais uma final de campeonato, não haveria mais uma decisão. Ledo engano, pois nesta forma de disputa cada partida é uma decisão, cada jogo adquire a conotação de uma final, pois vale a regularidade e um jogo perdido na primeira rodada poderá fazer muita falta na última. No ano passado a diferença entre o campeão, o Fluminense, e o vice, o Cruzeiro, foi de apenas dois pontos. Uma vitória a mais daria o título ao Cruzeiro. Exatamente por isso que na Europa, onde o sistema de pontos corridos já é empregado desde o século passado, os estádios estão sempre cheios. O torcedor brasileiro precisa assimilar essa realidade.

Quanto aos resultados não tivemos muitas surpresas. Apenas o Cruzeiro, que foi apontado como um forte candidato ao título ainda não se encontrou. Está jogando um futebol medíocre, marcou apenas um ponto em três partidas. Parece que esqueceu o belo futebol que apresentou na primeira fase da Taça Libertadores da América.

Na próxima quarta-feira poderemos ter um novo líder do campeonato, pois São Paulo e Atlético-MG são os únicos times com 100% de aproveitamento e caso haja um vencedor, este será o primeiro colocado após esta rodada.

Com todos os problemas, o ministro Palocci é a cabeça mais brilhante do PT

A situação do ministro Palocci está ficando insustentável e sua substituição deverá ocorrer nos próximos dias. Aliás, sua saída não aconteceu antes por um motivo muito simples: ele é o mais importante ministro na articulação política da presidente Dilma. Senão vejamos: o ministro de Relações Institucionais Luiz Sérgio é totalmente inexpressivo, além de ser deputado e como tal não gozar do respeito dos senadores, o líder do governo na Câmara de Deputados Candido Vaccarezza é um desastre, todas as vezes que ele abre a boca é uma lástima. Sendo assim, Palocci assumiu a Casa Civil como peça imprescindível no governo Dilma, daí a insistência em mantê-lo no cargo, mesmo com todo o bombardeio da mídia e o jogo rasteiro que mesmo os políticos da própria base aliada estão fazendo para levar vantagem. É o caso, por exemplo, do deputado Anthony Garotinho (PR/RJ) que após liderar a bancada evangélica exigindo a retirada do kit gay, afirmou que Palocci representa um diamante de vinte milhões que será utilizado como moeda de troca para aprovação de suas demandas. Isto é mais do que chantagem, é colocar a corda no pescoço do governo. Com uma base aliada assim o governo não precisa de oposição.

É uma pena que Palocci acaba sempre em enrascadas por mau comportamento pessoal, pois no primeiro governo de Lula foi ele foi o grande responsável, com o apoio do presidente, pela manutenção da política econômica do governo FHC, contrariando os petistas mais radicais, os bolchevistas retrógrados, que queriam alterar os pilares da macroeconomia, o que representaria na época um desastre total.

O resultado foi o grande crescimento econômico que vivemos atualmente e que começou lá atrás, mesmo antes de FHC, com a abertura do mercado, a privatizações das estatais, a quebra dos monopólios e a independência do Banco Central.

A substituição do Palocci pelo apático Mantega interrompeu um excelente trabalho que ele vinha fazendo.

Na verdade o Palocci não tem adversários na oposição e sim no seu próprio partido. Prova disso é que na reunião da Executiva do PT, ontem, dia 02/06, o governo interferiu não para que saísse uma nota favorável ao ministro, mas sim para que a nota não o detonasse. No final a Executiva preferiu não emitir a temida nota.

Dentro do PT já há um movimento para a substituição do Palocci. Os nomes mais fortes são de Paulo Bernardo, José Eduardo Cardozo e Miriam Belchior, atuais ministros das Comunicações, Justiça e Planejamento. Neste caso terá que haver nova nomeação para os cargos que eles exercem.

Vamos aguardar os emocionantes próximos capítulos.