quinta-feira, 31 de março de 2011

Os ditadores que coloquem suas barbas de molho


Eu sou radicalmente contra qualquer tipo de ditadura, de direita, de esquerda ou de qualquer outra direção.
Já vivi a ditadura militar no Brasil e não gostei nada. Interessante observar que naquela época, aqueles que lutavam bravamente contra a ditadura militar e muitos foram torturados e mortos, queriam na sua maioria, implantar outra ditadura ainda mais perversa, a de esquerda, mas ninguém tem coragem para falar isso.
Discussões ideológicas a parte, a verdade é que não consigo aceitar um regime de partido único, sem uma imprensa livre, sem liberdade de expressão, sem alternância de poder e, principalmente, sem respeito aos direitos individuais e humanos.
Agora assistimos as manifestações do povo árabe contra seus ditadores. Parece que finalmente aquele povo sofrido e massacrado por ditadores sanguinários resolveu reagir e reivindicar mudanças. Espero que a onda de protestos que se alastra pelos países árabes seja o prenuncio de regimes democráticos naquela região.
Nos últimos trinta anos assistimos a uma grande revolução política no mundo. Até a década de setenta, dois terços da terra era ocupado por países comunistas. Na América Latina, embora apenas Cuba houvesse aderido ao comunismo, nós tínhamos um grande número de países sob a ditadura militar, além, naturalmente dos países árabes, que sempre estiveram sob ferrenhas ditaduras. Vejam que o quadro era assustador.
A partir da década de oitenta, com o patrocínio de Jimmy Cartel, presidente americano do partido democrata e notório defensor dos direitos humanos, as ditaduras militares da América Latina foram caindo uma a uma.
Concomitantemente, houve a implosão do regime comunista na União Soviética, culminando com a queda do muro de Berlim, considerado por muitos como o marco mais importante na decadencia do regime comunista no mundo.
Hoje o quadro é mais alentador, com uma considerável parte do mundo vivendo, pelo menos, com uma razoável liberdade, eleições livres e direitos individuais aparentemente garantidos.
Por outro lado, embora eu seja frontalmente contra a ditadura e a favor da democracia, da ética, integridade e igualdade de condições, reconheço que o sistema capitalista baseado na livre concorrência sem regulação do Estado não se mostra eficiente no combate às desigualdades. O retrato mais cruel do capitalismo está na desigualdade social, fruto da distribuição desigual de renda que tem como consequências a marginalização, violência, fome, miséria, favelização e retardamento da economia. "O Brasil apresenta o 8º pior índice de desigualdade do mundo, superando todos os países da América do Sul e ficando apenas à frente de sete países africanos" (MAIA, Alexandre Gori. Transformações no mercado de trabalho e desigualdade social no Brasil.)
O problema do Brasil é que a sua política não é institucionalizada. A população vota em um candidato e espera que este governe à sua maneira, esquece que ele deveria representar os interesses da população, não seus próprios interesses e de seus apoiadores. Um governo personalista coloca os contatos pessoais em primeiro lugar, ao invés de ser um instrumento do povo, que trabalhe pelo desenvolvimento sustentável e defenda a política como instituição pública, sem cara nem dono.
Portanto, aplaudimos a democracia que impera no país, mas cobramos uma regulamentação efetiva do Estado
Voltando a avalanche de protesto que assola o mundo árabe, esperamos que ela se alastre para o resto do mundo e atinja todos os países que ainda vivem sob regime ditatorial.



terça-feira, 29 de março de 2011

Viagem a Austrália e Nova Zelândia - Sexto Capítulo: Rotorua, NZ

Dia trinta e um de dezembro de 2010, último dia do ano, saímos de carro, em direção à Rotorua
Chegamos à tarde, e percebemos logo o cheiro peculiar que paira no ar. A cidade cheira a “pum”. Essas emanações gasosas não são resultado de uma população mal educada, tão pouco de ovelhas peidorrentas, mas por causa do enxofre e outras substancias viscosas que borbulham no subsolo da cidade, que tem alta atividade termal. Rotorua é a cidade dos vulcões.
A tarde estava muito quente e nos hospedamos no Emerald Spa Resort. Nosso apartamento pegava o sol da tarde e o ar condicionado não estava funcionando. Minha filha reclamou muito e eles trouxeram um ar condicionado portátil, mas suspeitamos que esse não fosse suficiente para refrescar a sala e os dois quartos. Minha filha continuou brigando com a recepção e saiu para tentar outro hotel, mas todos estavam lotados. Briga inútil, pois à noite a temperatura baixou muito e todos nós dormimos debaixo do ededron. Foi muito divertido lembrarmos-nos da briga de minha filha com a recepção do Ressort.
À noite, fomos para um restaurante passar o réveillon. A cidade estava repleta de turistas. Interessante como a passagem de ano em qualquer lugar do mundo sempre se reveste de uma expectativa geral e um ar de alegria e descontração. O que nos intrigava, e até nos emocionava, era que entraríamos no ano de 2011 quinze horas antes do Brasil. Isso nos gerou boas brincadeiras no dia seguinte quando telefonamos para os parentes do Brasil. Dizíamos: “Aqui é uma pessoa do futuro falando com alguém do passado.”; “Olha, 2011 está ótimo, você também vai gostar quando chegar lá.”


Estávamos tirando fotos em frente ao restaurante e um jovem neozelandês ficava sempre atrás, dando uma de papagaio de pirata para divertir seus colegas. O que fizemos? Nós o convidamos para tirar foto conosco. Ele veio e os seus colegas o gozaram bastante.
Às 21h30min a garçonete nos avisou que o restaurante não iria servir mais, pois teria que fechar às 22 horas e assim fizeram todos os demais restaurantes. Como no Natal, no réveillon também ninguém trabalha na Nova Zelândia. Aqui os empregados também têm direito de passar essas importantes datas com os seus familiares.


Aí fomos para uma grande praça, onde havia um show de fim de ano com importantes artistas locais. Havia um grande público, milhares de pessoas. Aí nós notamos como é expressiva a população maori (indígenas da NZ) em Rotorua.
Qual não foi nossa surpresa quando tocou uma música brasileira. É sempre emocionante ouvir música brasileira fora do Brasil.
Neste instante o Igor dormiu e fomos para o hotel abrir a champagne, desejar felicidade no ano novo e fazer aquelas costumeiras promessas de mudança. Já estávamos em 2011, como eu mencionei acima, quinze horas na frente do Brasil! Olha que interessante!


Dia primeiro de janeiro fomos conhecer as termas de Kuirau Park, um conjunto de crateras, lagos sulforosos e piscinas térmicas. Na entrada tivemos oportunidade de conhecer o Kiwi: o pássaro símbolo do país. Como ele tem hábitos noturnos ele fica em um ambiente pouco iluminado. Kiwi é um pássaro grande parecido e quase do tamanho de uma galinha. Em seguida, fomos ver de perto os gêiseres.


Lá encontramos lagos de água fervente, poços de lama borbulhantes e buracos no chão donde saem aromáticos vapores. Foi uma experiência muito interessante e nova para nós. Para finalizar nossa visita ao Kuirau Park, assistimos a um show típico dos indígenas Maori.


De volta ao centro de Rotorua fomos passear às margens do belo lago de águas cristalinas, circundado por um parque arborizado e florido, formando um conjunto que representa uma das grandes atrações turísticas da cidade. Lá decidimos fazer um passeio de helicóptero, do qual participariam apenas os homens, isto é, eu, o Leandro e o Igor. No entanto, quando retornamos e descrevemos o vôo, a paisagem maravilhosa da natureza vista de cima e as emoções que sentimos ao sobrevoar uma região vulcânica, a Léia e a Karina criaram coragem e resolveram também voar e voltaram deslumbradas.
Em seguida havíamos programado uma visita ao Hells Gate Geothermal Park para uma sessão de massagem e banho numa piscina de lama, que prometia deixar a pele suave e sedosa. Como meu netinho Igor, de dois anos, não poderia ir, alguém teria que ficar com ele e o premiado foi eu. Ainda bem que eles foram e detestaram. Acharam o local feio, a lama mal cheirosa, o resultado decepcionante, além do preço muito alto, 75 dólares por pessoa. 

Para completar o dia fomos conhecer o Government Garden, um espaço belíssimo, com jardins muito bem cuidados e um portentoso palácio. Aproveitamos para tirar muitos fotos. Já no cair da tarde compramos algumas lembranças no centro. A área central da cidade é repleta de lojas, bares, restaurantes, boates e pubs.
Rotorua é um paraíso vulcânico, o local ideal para ver a natureza em sua forma mais poderosa e impressionante.
Foi com pesar que partimos no dia dois de janeiro e seguimos, de carro, para a última etapa de nossa viagem: Auckland.
Auckland será o tema de nosso post na próxima sexta-feira.


segunda-feira, 28 de março de 2011

Capeonatos Estaduais de Futebol


Campeonato Mineiro


Cruzeiro e América fizeram ontem a melhor partida do campeonato. Muita técnica, disposição, raça e belos gols justificaram o título de clássico para esta partida. O Cruzeiro demonstrou mais uma vez seu poder de fogo, jogando ofensivamente e mantendo a média de três gols por partida. Por outro lado, sua defesa sofreu dois gols embora continue com uma média de gols sofridos, muito baixa. Particularmente eu considero que este bom desempenho da defesa do Cruzeiro esconde uma deficiência no seu sistema defensivo, pois observo que todas as vezes que o adversário cria coragem e passa a atacar o time celeste, surgem muitas oportunidades de gol. Aí aparecem as ótimas defesas do Fábio, além da incompetência dos atacantes adversários que tem perdido inúmeros gols. Ontem foi assim, o América marcou dois gols e desperdiçou outras boas oportunidades. O Cuca terá que analisar o que está acontecendo e corrigir esta falha. Quanto ao América ficou nítido que a equipe realmente melhorou muito no último ano, o time está bem treinado, compacto, defende bem, tem um meio de campo criativo e ataca com competência. Isto é alentador, pois o time irá disputar a série A, do campeonato brasileiro e poderá fazer uma boa campanha.
Quanto ao provável campeão, o Cruzeiro está despontando como favorito, pois tem o melhor elenco e apresenta os melhores resultados em campo, mas como o campeonato é disputado na primeira fase por pontos corridos e depois se transforma em mata-mata, tudo pode acontecer. Esta fórmula de disputa, disseminada pelos campeonatos regionais, é totalmente injusta e, na maioria das vezes, não premia a equipe que demonstrou mais qualidade ao longo da competição.

Campeonato Paulista



No Campeonato paulista, o grande destaque foi a vitória do São Paulo sobre o Corinthians por 2 x 1. Esta vitória do São Paulo depois de quatro anos sem ganhar do seu maior adversário já seria uma façanha, mas ganhar com o centésimo gol do Rogério Ceni foi mais que qualquer torcedor do São Paulo poderia esperar. Este goleiro é fantástico e por quase duas décadas é um dos melhores goleiros do Brasil, além de ser um exímio cobrador de faltas e pênaltis. Mesmo assim teve poucas oportunidades na Seleção Brasileira. Sempre foi injustiçado, como foi também o goleiro Raul, que durante quinze anos foi o melhor goleiro do Brasil e nunca disputou uma Copa do Mundo.
A fase final do campeonato, que também é pelo sistema mata-mata promete ser muito acirrada, sem qualquer favoritismo. O que podemos arriscar é que o título ficará com um dos quatro times grandes.


Campeonato Carioca



No Campeonato Carioca os destaques são a surpreendente queda de produção do Fluminense, que após conquistar o campeonato brasileiro recomeçou o ano apresentando um péssimo futebol e a recuperação do Vasco, que disputou um primeiro turno deplorável e agora vem mostrando um bom desempenho.
Quanto ao Flamengo temos muito ôba-ôba e pouco futebol. O Flamengo está invicto este ano, mas os seus adversários, na sua grande maioria, foram equipes de baixo nível técnico.
Este time será testado para valer no campeonato brasileiro. Antes disso haverá a final do campeonato carioca, para o qual o Flamengo já está classificado, mas qualquer resultado nesta disputa poderá ser ilusório.

sábado, 26 de março de 2011

Viagem a Austrália e Nova Zelândia - Quinto Capítulo: Wellington, NZ

Dia 29/12/2010 chegamos a Wellington, capital da Nova Zelândia. Além ser a sede do Governo e do Parlamento, a cidade é importante centro financeiro e comercial da Nova Zelândia. Tem esse nome em homenagem a um dos primeiros habitantes da cidade, Thomas Sir Wellington. Situada a quarenta e um graus de latitude sul, Wellington é a mais meridional capital nacional do mundo.
No porto, recebemos o carro alugado e saímos à procura de nosso hotel.
Ao chegarmos ao Bolton Hotel descobrimos que ele ficava bem perto de algumas atrações turísticas como um museu, o Congresso Nacional e prédios governamentais, da Catedral de St Paul, que na realidade são duas, a nova e a velha. Estivemos nas duas. A Old St Paul’s é a mais bonita, construída inteiramente de madeiras nativas, foi inaugurada em 1866.

Fizemos um passeio a pé pelo centro da cidade. Inicialmente tiramos fotos do Congresso Nacional, chamado de House of Representatives. Seu prédio principal é semelhante a um bolo de casamento, muito interessante. Em seguida, fomos às duas catedrais e passeamos pelas principais avenidas do centro. O centro é movimentado, com prédios altos e modernos e muito comércio. Passamos por um prédio onde havia um grande número de pequenas bandeiras nacionais, inclusive da Argentina, menos a do Brasil. Ficamos revoltados. Mas quando viramos a primeira esquina, qual não foi nossa surpresa: Um prédio ostentava uma enorme bandeira brasileira. Tiramos várias fotos e nos sentimos vingados. Mais uma vez ganhamos da Argentina! Fomos também ao porto, onde há um grande número de lojas, restaurantes e bares. A parte portuária foi transformada numa grande área de lazer, com parques e muitas atrações. Compramos algumas lembranças e passamos no supermercado para comprar vinho para tomar à noite no hotel. Fazíamos isso todos os dias ao longo da viagem. Hoje podemos falar um pouco sobre a qualidade do vinho neozelandês.
No dia seguinte, fizemos um city tour de carro pela cidade, passando pelos principais pontos turísticos e, principalmente, pelas praias. As praias são até bonitas, mas, para quem vive no Brasil, qualquer comparação se torna covardia.
Dia trinta e um de dezembro, último dia do ano, saímos de carro, em direção à Rotorua. No próximo post, na terça-feira, dia 29/03/2010, falaremos sobre a cidade dos vulcões. Muito interessante!

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Vergonha de Ser Político

Houve uma época no Brasil e isso já faz algum tempo, em que ser político significava um grande risco de perder o próprio patrimônio. É isso mesmo, perder o próprio patrimônio. É claro que naquele tempo já existiam políticos corruptos, que se enriqueciam com o dinheiro público. Esta herança remonta à época do descobrimento do país.  Mas roubar não era tão fácil e tão corriqueiro como hoje. As campanhas eleitorais eram bancadas pelos próprios candidatos, os salários de todos os cargos públicos eram muito baixos, muitos políticos atendiam às demandas de seus eleitores com os seus próprios recursos e parece até que existiam pessoas bem intencionadas.  A verdade é que, quando alguém pretendia ingressar na vida pública, havia muita reação contrária da família. Eram citadas várias histórias de pessoas que, após ingressarem na vida pública, perderam grandes fortunas. É difícil acreditar nisso hoje, mas quem viveu nesta época sabe disso.
Hoje, ao contrário, quem pretende ingressar na política tem o apoio de todos os parentes e amigos, pois sua possível ascensão pode representar um grande benefício a todos (parentes e amigos, é claro!).
Observamos que existem dois tipos de pessoas, particularmente, que se interessam muito em se tornar políticos. Aqueles que pretendem se enriquecer rapidamente e aqueles que respondem por diversos processos judiciais e pretendem se tornar imunes aos rigores da lei.
Infelizmente são tantos os escândalos e tantos os maus exemplos dos políticos que, invariavelmente, acabamos sempre associando a imagem de um político ao ladrão, ao corrupto, ao desonesto.
É claro que existem políticos sérios neste país, pessoas que exercem cargos públicos com correção e tratam o dinheiro público com parcimônia, políticos que gastam de seus próprios recursos para atender à população carente. São poucos, mas existem.
No entanto, na sua maioria e, principalmene, a nível nacional o que vemos desanimador. Quando alguém nos é apresentado como sendo político, nossa inferência é imediata e negativa.  A verdade é que hoje é uma vergonha ser político no Brasil. Infelizmente!

terça-feira, 22 de março de 2011

Viagem a Austrália e Nova Zelândia - Quarto Capítulo: Christchurch, NZ

No dia 27/12/10, seguimos de carro de Franz Josef até Greymouth, onde iríamos entregar o carro alugado e fazer uma viagem de trem, a bordo do Transzalpine Express, que sai diariamente em direção à cidade de Christchurch, que fica do outro lado dos Alpes: magnífica cadeia de montanhas que corta a ilha sul. Alguns especialistas em turismo definem este trajeto como “uma das viagens de trem mais bonitas do mundo”.
Nossa expectativa foi superada pela beleza natural deslumbrante. O trem é relativamente simples, mas muito confortável: poltronas reclináveis, mesinhas para todos, montanhas nevadas de um lado e do outro, rios e lagos belíssimos. Há um vagão aberto para tirar fotos. Nele, você se equilibra como um surfista, mas vale a pena. O vagão bar oferece pequenas refeições e lanches. Foram cinco horas de viagem que passaram rapidamente.
Chegamos a Christchurch, principal centro urbano da ilha sul, na tarde do dia 27 dezembro. Conhecida como a “cidade dos jardins”, Christchurch justifica esse nome: nunca vi uma cidade tão arborizada e tão florida! A maior parte da cidade foi reservada para parques, reservas naturais e áreas de lazer.
Nosso hotel, o Heritage Christchurch, está instalado num imponente prédio histórico que já pertenceu ao Governo. Nesse dia, saímos para um passeio a pé. Começamos pela praça principal, onde está o cartão postal da cidade, a catedral anglicana, construída em 1881, por enviados da coroa inglesa. Seu estilo é gótico e foi construída com pedras escuras. Não foi possível entrar na catedral nesse primeiro dia, pois já estava fechada. Nós a conhecemos internamente no dia seguinte. No passeio a pé foi possível conhecer toda a região central. Chamou-nos a atenção o fato de haver pouquíssimos prédios de apartamentos, a maioria das habitações é formada por casas de madeira ou algum material de construção imitando madeira. As avenidas são largas e o trânsito muito tranquilo. Deparamos com muitos imóveis parcialmente destruídos pelo terremoto que ocorreu na cidade em setembro de 2010.
No dia seguinte planejávamos fazer um passeio de balão, no entanto, quando tentamos fazer as reservas já não havia mais vagas. De qualquer forma não seria possível esse passeio, pois o dia seguinte amanheceu chovendo e choveu quase o dia todo. Aproveitamos para fazer um city tour de ônibus, quando conhecemos os principais pontos turísticos da cidade, com destaque para o parque Mona Vale, às margens do rio Avon. É um grande jardim, onde tiramos muitas fotos. Em seguida passamos pelas praias e subimos uma montanha. Pena que, ao chegarmos ao mirante, não conseguimos ver nada além de um grande nevoeiro.
No terceiro dia, despedimos de Christchurch muito felizes por conhecer uma cidade onde percebemos o respeito à natureza e embarcamos em mais uma bela viagem de trem. Dessa vez foi a Tranzcoastal, trajeto que percorre a costa leste da ilha sul de Christchurch a Picton, no extremo norte da ilha. Do lado direito temos o oceano Pacífico e do outro, a cadeia de montanhas. Durante todo o percurso a ferrovia passa ao lado da rodovia e muitas vezes passa quase colada uma na outra. Mais uma vez passamos a viagem tirando fotos e apreciando uma beleza natural inigualável.
Ao chegarmos a Picton, corremos para a estação das balsas, onde iríamos embarcar para Wellington. A balsa foi uma surpresa, pois se trata de um navio com oito andares, bem confortável. Mais uma vez a vista foi maravilhosa. Foram três horas de puro deslumbramento até chegarmos a Wellington, capital da Nova Zelândia.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A Visita de Barack Obama e a influencia que os EUA exercem sobre o Brasil

Recebemos a ilustre visita do presidente americano Barack Obama. Esta visita foi considerada pelos analistas políticos como a tentativa de reaproximação entre os dois países.
Brasil e os Estados Unidos sempre tiveram uma relação desigual. O Brasil se comportou sempre como o “primo pobre” ou o afilhado que toma benção e deve obediência ao padrinho. E por outro lado os EUA se portavam de forma paternalista e arrogante, chegando a ter influencia, muitas vezes decisiva, na nossa política interna.
O exemplo mais gritante desta influência foi a ditadura militar que vivemos de 1964 a 1985. A participação da política externa americana foi decisiva tanto na revolução de 64 que implantou o regime militar quanto na sua revogação no inicio da década de 80.
Se não vejamos: Na década de 50, o regime comunista dominava dois terços do planeta e seu avanço até a América Latina teve inicio com a Revolução de Fidel Castro em Cuba, em 1959.
Este quadro levou os Estados Unidos a apoiar ou até mesmo promover as diversas ditaduras militares na América Latina, com o intuito de nos “proteger” contra o avanço da esquerda no mundo. Estas ditaduras só caíram, entre outros motivos, depois que assumiu a presidência do EUA, Jimmy Carter em 1977. O presidente do partido democrata, ao contrário dos seus antecessores republicanos, era um defensor ferrenho dos direito humanos e teve participação direta no processo de abertura democrática nos países da América Latina, na sua maioria governados por ditaduras militares. No Brasil, em 1978, Carter encontrou-se com o então presidente brasileiro Ernesto Geisel e convenceu o grupo de militares brasileiros ligados a Geisel a iniciar um processo de abertura, que seria concluido pelo presidente João Figueiredo.
A subserviência do Brasil aos EUA era tão gritante que se atribui a Juracy Magalhães, nomeado embaixador em Whashinton uma frase lapidar. Perguntado por um repórter em junho de 1964, respondeu: “O Brasil fez duas guerras como aliado dos Estados unidos e nunca se arrependeu. Por isso eu digo que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” (cf. Juracy Magalhães, em depoimento a J. A. Gueiros. O Último Tenente, 3ª. Ed., Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 325)
Com o fim da ditadura e a posterior eleição de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Ignácio Lula da Silva, presidentes de origens nitidamente de esquerda, o Brasil foi se desvencilhando da dependência americana, tanto política como comercial.
No campo político o Brasil deixou de se alinhar com os EUA, em qualquer circunstancia, como acontecia no passado. A política externa brasileira se aproximou de Cuba, Irã, Venezuela e Bolívia, paises claramente contrários aos Estados Unidos, mas a maior demonstração de distanciamento do Tio Sam, foi quando o Brasil não votou favorável a sanções econômicas ao Irã, aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, em 2010.
No que se refere à área comercial, as barreiras comerciais imposta pelos EUA a diversos produtos brasileiros, principalmente suco de laranja, algodão, etanol e aço levou o Brasil a incrementar relações comerciais com outros países, provocando uma redução no comércio do Brasil com os EUA. Hoje o nosso principal parceiro comercial é a China.
Ao longo deste tempo, o Brasil se firmou no cenário internacional como uma economia estável e em franco crescimento, além de ter descoberto imensas reservas de petróleo na camada do pré-sal.
Tudo isto explica a tentativa de reaproximação dos EUA, que se inicia com esta visita do presidente Barack Obama e sua família ao Brasil.
Foi muito bom ter havido esta ruptura política e comercial e mais positiva ainda esta reaproximação, principalmente se considerarmos que ela partiu dos Estados Unidos.
Daqui para frente poderemos ter uma relação muito salutar entre os dois países, uma relação ganha-ganha e não o que ocorria antes, quando de um lado havia subserviência e do outro um protecionismo arrogante.
Uma autentica parceria entre a maior potencia econômica do mundo e a maior potencia econômica da América Latina poderá render bons frutos para ambos.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Viagem a Austrália e Nova Zelândia - Terceiro Capítulo: Franz Josef Glacier, NZ


No dia 25/12/10, saímos de carro, por volta das nove horas da manhã, com destino a Franz Josef Glacier. A estrada é estreita, sem acostamento e cheia de curvas, embora tenha um bom asfalto e seja bem cuidada. As pontes são todas com passagem para um só veículo, o que não causa grandes transtornos, já que o movimento é pequeno. A paisagem é maravilhosa: rios de águas transparentes, lagos azulíssimos, bosques e montanhas verdejantes.
No nosso planejamento, o almoço seria em um restaurante à beira da estrada. Realmente encontramos alguns, porém todos estavam fechados. Dia de Natal ninguém trabalha na Nova Zelândia. Nossa salvação foram algumas bananas e maçãs que eu havia comprado no dia anterior, apesar dos protestos de minha mulher que sugeriu que eu esquecesse, durante a viagem, minha mania de comer frutas todos os dias. “Levamos numa boa” esse incidente e rimos muito quando paramos na estrada para nossa bela refeição de Natal.
Chegamos a Franz Josef Glacier, na costa oeste da ilha sul, por volta de dezessete horas e ficamos hospedados no 58 On Cron Motel. A cidade é pequena, duas ou três ruas apenas e um grande número de hotéis e pousadas. Nessa região há uma das duas únicas geleiras do mundo que nasceram entre montanhas e florestas temperadas, residindo aí a grande atração do local.
Soubemos que havia um restaurante aberto. Famintos, fomos correndo para lá, mas estávamos fadados a passar fome naquele dia de Natal. Ao contrário do jantar do dia anterior, a comida desse restaurante era péssima e caríssima. Pagamos setenta e cinco dólares por pessoa por um self service, onde apenas o tender era razoável, o restante da comida era intragável. “Bola pra frente!”
Fomos, em seguida, numa agência reservar nossa aventura do dia seguinte: uma escalada nas geleiras. Uma atividade que requer um bom preparo físico. Foi necessário inclusive assinar um documento declarando que não tínhamos hipertensão, doenças cardíacas, diabetes, problemas de joelhos, etc. Nessa declaração constava também que a agência não nos garantia 100% de segurança.
Passamos em um supermercado para comprar o lanche da noite e a garrafa de vinho nacional, que tomávamos todos os dias antes de dormir.
No dia seguinte chegamos à agência na hora marcada. Sobre a nossa roupa, vestimos uma roupa especial e pesadas botas, além de uma pochete com um par de patins com garras ao invés de rodas, também especial para a escalada.
Em seguida entramos no ônibus que nos levou até uma mata. Éramos quarenta pessoas, que foram divididas em quatro grupos e, para cada grupo, havia um guia.
Após a preleção do guia iniciamos uma caminhada de três quilômetros numa trilha dentro da mata até chegarmos a um local coberto de pequenas pedras, onde foi antes o leito de um rio. Caminhamos mais três quilômetros até chegarmos a uma montanha de pedras, onde subimos até o início da geleira, que na verdade é uma grande montanha de neve. Não se trata de uma montanha coberta de neve como vemos no inverno no Chile, não. É uma montanha toda de gelo azulado, belíssimo. Aí começou a escalada. Em alguns pontos a subida é tão íngreme que há uma corda para apoiarmos; em outros pontos entramos – literalmente – dentro da geleira, por meio de passagens bem estreitas. Uma pessoa obesa teria dificuldade de passar por ali. Houve diversas paradas para apreciarmos as paisagens e tirar fotos. Tudo era muito bonito, emocionante e diferente para nós que vivemos em um país tropical.
Finalmente chegamos ao topo da montanha e sentimos uma bela sensação. Fizemos, ali, uma parada maior e começamos o caminho de volta. Descer é mais difícil que subir, a vantagem é que ao descer podemos apreciar mais facilmente a linda paisagem.
Minha filha ficou impressionada com minha resistência, pois o mais velho entre os trinta e nove participantes dessa aventura tinha pelo menos vinte anos menos que eu. Essa escalada foi um momento único e mágico na minha vida.
Ao retornar ao nosso hotel, depois de toda essa adrenalina, nada melhor que relaxar nas piscinas de água quente. Lá encontramos várias pessoas que participaram conosco da escalada às geleiras.
No dia seguinte, 27/12/10, seguimos de carro até Greymouth onde iríamos entregar o carro alugado e fazer uma viagem de trem, a bordo do Transzalpine Express, que sai diariamente em direção à cidade de Christchurch, que fica do outro lado dos Alpes. Na próxima terça-feira, relataremos a estada em Christchurch (Quarto Capítulo).

quinta-feira, 17 de março de 2011

O Trabalho Escravizou o Homem



Definitivamente o homem não nasceu para trabalhar. O trabalho é um atentado à natureza humana. O homem nasceu para andar pelado pela floresta usufruindo da mãe natureza. Sua única preocupação deveria ser caçar, pescar e subir nas árvores para colher os frutos que lhe são oferecidos generosamente. Assim foi no início. Ele vivia se divertindo, correndo, nadando, brincando com seus semelhantes e, principalmente, fazendo sexo com várias mulheres, pois a fidelidade como, o trabalho, também é uma afronta à natureza humana.

Assim o homem viveu milhares de anos sem se preocupar com nada, sem brigas, sem desentendimentos, sem sogra, sem cunhado mala e sem estresse! Maravilha!

Apareceu, porém, um débil mental: inventou o trabalho e decretou que o homem teria que trabalhar para não morrer de fome. Que loucura! Além disso, instituiu também o casamento e decretou: cada homem teria apenas uma mulher e cada mulher apenas um homem. Outra loucura!

Lá se foi o sossego. Todo mundo trabalhando como um condenado, para pagar as próprias contas, as contas da família, as do cunhado malandro, as do amigo caloteiro, da amante, e, principalmente, pagar os impostos para sustentar um bando de políticos corruptos.

O pior é que o trabalho vicia. O cara não consegue mais ficar sem essa droga. Tira férias, vai para uma praia, todo feliz da vida. Primeiro dia, ótimo; segundo também, mas nem tanto; no terceiro liga para o escritório e a secretária bajuladora diz que lá está um horror sem ele. No quarto dia já fica louco para voltar. Depois de uma semana retorna correndo para o trabalho, alucinado, como um paulista neurótico.

E o homem acaba fazendo qualquer coisa por dinheiro: trabalha honestamente, trapaceia, mente, rouba, mata e o “escambau” de Madureira. Bem, a gíria é antiga, mas se você não a entendeu não se preocupe porque eu também não, mas acho que ela cabe bem para definir a situação.

Voltando à vaca fria, vamos fazer um brinde ao ócio, exaltar a vagabundagem, a vida mansa, as pernas para o ar, que ninguém é de ferro.


Com base nesta “filosofia de vida” vários movimentos surgiram pelo mundo como o “no stress”, que busca dar um basta na nossa vida estressada, o “no worries” expressão que traduz bem um dos pilares do modo de vida dos australianos. Aliás, povo que sabe viver é o australiano: bermudão, chinelão, praia, prancha de surf, uma beleza!

No mesmo propósito foi criado também o Clube do Nadismo (não confundir com o Clube do Nudismo, que também é muito interessante) Seu objetivo é criar um momento especial que ofereça a oportunidade rara de efetivamente parar e não fazer coisa alguma. Maravilha, não acha?

Por falar nisso, vou descansar, trabalhei muito hoje: escrevi uma página inteira. Ufa! Preciso de férias! Férias!!!

terça-feira, 15 de março de 2011

Viagem a Austrália e Nova Zelândia - Segundo Capítulo: Queenstown, Nova Zelândia

Depois de três dias em Sydney fomos de avião para Nova Zelândia, diretamente para Queenstown. A viagem durou duas horas e meia. Depois de uma hora e meia de viagem foi servido um gostoso lanche, acompanhado de refrigerante, suco ou cerveja. Um neozelandês sentado ao nosso lado pediu uma lata de cerveja, depois outra, depois outra até completar seis latinhas e nem foi ao banheiro. Vai tomar cerveja assim na China! Eu fiquei lembrando dos famigerados “lanchinhos” da Gol.
Queenstown é a mais bonita cidade do país, uma das mais bonitas do mundo e está localizada bem ao sul da ilha sul, à beira do lago Wakatipu, aos pés das montanhas Remarkables, sendo considerada o paraíso dos esportes radicais. A infra-estrutura turística é fantástica, o turista se sente amparado.
No aeroporto já recebemos o carro, previamente alugado, que utilizaríamos daí para frente. Foi então que pensamos na possibilidade de termos um problema: A Nova Zelândia utiliza a mão inglesa e quem ia dirigir era meu genro Leandro, que se considera o “piloto”. Não é que ele se saiu muito bem? Parecia até um neozelandês!
Chegamos a Queenstown no dia 22/12/11. Nosso hotel foi o Mantra Marina. O apartamento era muito espaçoso e confortável, sendo três quartos, com banheiro, uma sala enorme e uma varanda com vista para a montanha.
Ficamos deslumbrados com a beleza natural da cidade. No primeiro dia encaramos um Jet boating (passeio numa lancha ultra-rápida). Além da alta velocidade, o piloto, vez por outra, dava emocionantes “cavalos de pau”, levantando muita água e fazendo disparar nossos corações. No dia seguinte subimos a montanha pelo Skyline Gondola. Lá de cima a vista é maravilhosa.
Aproveitamos para experimentar mais uma atividade radical, o luge, uma versão sofisticada do carrinho de rolimã, no qual descemos a montanha em alta velocidade. Em seguida outro teleférico nos levou de volta ao topo da montanha, de onde retornamos ao centro da cidade novamente pelo Skyline Gondola.
Nosso último dia em Queenstown foi 24 de dezembro. Aproveitamos para conhecer Arrowtown, um vilarejo histórico, encravado na montanha, que teve seu auge na época da mineração. Foi um mergulho no passado da Nova Zelândia, Arrowtown preserva mais de sessenta casas do século XIX.
De volta a Queenstown fomos jantar no Gentleys Restaurant. O restaurante estava lotado e a comida, deliciosa. Foram seis pratos numa sequência que deixaria qualquer glutão saciado. Comemoramos bem a noite de natal, embora longe de nossos dois filhos que ficaram no Brasil.
No dia 25, saímos de carro, por volta das nove horas da manhã, com destino a Franz Josef Glacier. Na próxima sexta-feira falaremos de Franz Joset.

segunda-feira, 14 de março de 2011

A rodada dos campeonatos estaduais de futebol


Neste fim de semana, tivemos mais uma rodada dos campeonatos estaduais de futebol. Houve jogos nos diversos estaduais pelo Brasil afora, mas vamos comentar apenas os campeonatos do Rio, São Paulo e Minas Gerais, pela representatividade que estes estados têm, pois juntos reúnem onze clubes dos vinte que compõem o Campeonato Brasileiro da Série A.
No Campeonato Paulista os quatro grandes (São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos) venceram seus compromissos e estão no topo da tabela, empatados com 28 pontos ganhos. Pelos critérios de desempate o São Paulo lidera, seguido de Corinthians, Santos e Palmeiras. O número de participantes neste campeonato de pequena duração, apenas três meses, é absurdamente alto: vinte equipes, que jogam entre si numa primeira fase, classificando-se oito para a segunda fase que é disputada em regime de mata-mata, havendo grande probabilidade de o título ficar com um dos quatro grandes.
No Campeonato Carioca, o número de participantes também é excessivo, dezesseis equipes. Flamengo e Fluminense fizeram um clássico de baixo nível técnico e empataram pro O x O. Vasco e Botafogo venceram suas partidas. Lá, pelo menos, os participantes dão divididos em dois grupos, o que minimiza o número de jogos. Por outro lado são dois turnos distintos. O interessante é que ao final de cada turno, o vencedor é sagrado campeão, com muita festa e uma comemoração digna de um título nacional, com troféu, volta olímpica, etc.
Já o Campeonato Mineiro tem doze equipes participantes e se, considerarmos o baixo nível das equipes do interior e a péssima estrutura de seus estádios poderia ter também um número inferior de participantes. Nos últimos anos o título tem ficado com Cruzeiro ou Atlético, mas agora o América surgiu das cinzas, conseguiu classificar-se para a série A, do Campeonato Brasileiro e tem feito uma ótima campanha no estadual. Neste final de semana, o Cruzeiro arrasou o Democrata de Governador Valadares por 7 x 0 e o América virou para cima do Guarani de Divinópolis por 4 x 2. Já o Atlético por pouco não perde para o Ipatinga, quando esteve perdendo por duas vezes e conseguiu empatar por 2x2.
Muito se tem discutido sobre a validade atual destas competições. Imprensa esportiva, dirigentes de clubes e torcedores têm divergido sobre este tema.
Até os anos oitenta, os campeonatos regionais no Brasil ostentavam uma grande importância. Hoje parece estranho afirmar isso, mas os campeonatos estaduais eram mais importantes que o campeonato brasileiro daquela época. É verdade! Os times dedicavam mais atenção e mais investimentos nos estaduais do que no brasileiro.
Agora boa parte dos comentaristas esportivos pede o fim dos estaduais, por considerar que eles não atraem mais o público, são mal organizados, tem grande número de participantes, etc., etc.
Bem, primeiro é preciso considerar que os comentaristas esportivos, principalmente, os do eixo Rio - São Paulo falam e escrevem como se só houvesse futebol nos estados que tem times participando da série A, do campeonato brasileiro.
Na verdade apenas nove estados participam da série A do Campeonato Brasileiro, no total de vinte times (SP: quatro; RJ: quatro; MG: três; RS: dois; PR: dois; SC: dois; GO: um; BA: 1 e CE: 1). Nos demais dezoito estados o campeonato estadual ainda continua sendo o grande evento esportivo do ano. Nestes estados não há necessidade de mudança.
Nos estados que tem equipes participando da série A, do campeonato brasileiro, sim, há necessidade de mudanças urgentes. Estas mudanças já deveriam ter sido feitas pelas federações estaduais a partir de 2003 quando a CBF instituiu o campeonato por pontos corridos, ocupando oito meses do ano.
A primeira alternativa é retirar os times participantes da série A, dos campeonatos estaduais. Neste caso, os times teriam mais tempo para a pré-temporada, jogariam um número menor de partidas por ano e o campeonato brasileiro poderia ser alongado, evitando as rodadas de meio da semana.
A segunda alternativa e, provavelmente, mais viável, seria a redução de equipes nos campeonatos estaduais e uma mudança na sua forma de disputa, de forma a atrair mais o público.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Viagem a Austrália e Nova Zelândia - Primeiro Capítulo: Sydney


Finalmente consegui realizar a viagem dos meus sonhos: conhecer a Oceania. Depois de conhecer alguns países da Europa, África e Ásia, faltava-me o continente mais jovem em termos de civilização moderna. Os ingleses só o colonizaram a partir dos meados do século 19.
Fomos eu, minha mulher Léia, minha filha Karina, meu genro Leandro e o principal personagem dessa viagem: o meu netinho Igor, de dois anos.
A viagem durou dezoito dias e passamos por sete cidades: Sydney, Queenstown, Franz Josef, Christchurch, Wellington, Rotorua e Auckland.
A cada semana, sempre as terças e sextas, relataremos a estada em uma destas cidades.

Começamos por Sydney, principal e mais conhecida cidade da Austrália. Na chegada, uma “bela” surpresa: nossas malas, todas elas, não chegaram. Ficaram na conexão que fizemos em Buenos Aires. A minha mala e a de minha mulher chegaram cinco dias depois, quando já estávamos em Queenstown, na Nova Zelândia. Já a mala de minha filha chegou dezoito dias depois, quando estávamos em Auckland, na véspera de voltarmos para o Brasil.
Bem, voltemos a falar da viagem. Chegamos ao Hotel Meriton Serviced Apartaments já à noite. Saímos para fazer um lanche e conhecer os arredores do hotel. No dia seguinte, levantamos cedo e fomos direto para o Opera House – edifício mais famoso do país. Sua estrutura ainda pode ser considerada futurista, embora tenha sido inaugurado em 1973. Em frente ao Opera House encontra-se o Royal Botanic Gardens e ao lado a Sydney Harbour Bridge, que impressiona pelo seu aspecto grandioso e imponente.
Em seguida compramos passes para o ônibus de turismo – aquele de dois andares, aberto na parte de cima que passa por quarenta e dois pontos turísticos e nas 24 horas seguintes o passageiro pode descer e subir em qualquer desses pontos. Assim fizemos, conhecendo o que há de mais interessante na cidade, incluindo o Darling Harbour, maior complexo de entretenimento da cidade, com restaurantes, cinemas, museus, dentre outros atrativos. Lá visitamos o Sydney Sea Aquarium – que tem várias espécies de tubarões – e o Wildlife World, onde é possível ver de perto os garotos-propaganda do país: coalas e cangurus.
No último dia, pegamos um ferry e fomos até Manly – um bairro moderno que fica do outro lado da baía de Sydney. Para completar, fomos ao Museu de Sydney e – para alegria das mulheres – demos “um giro” pelas galerias comerciais, principalmente pela famosa Queen Victoria Building, instalada num belíssimo prédio histórico de 1898.
Quanto à população, ficamos impressionados com a grande quantidade de asiáticos espalhados por toda a cidade, principalmente chineses e coreanos.
Outra coisa que impressiona é o grande número de “espigões” no centro da cidade. Nosso apartamento no hotel ficava no 47º andar e ainda havia mais de vinte andares acima. Mesmo sendo uma cidade grande, Sydney é muito tranquila e segura; é uma perfeita mistura entre a vida da metrópole e o jeito australiano (e desestressado) de ser.
Depois de três dias em Sydney fomos de avião para Nova Zelândia, diretamente para Queenstown. Na terça-feira da próxima semana faremos um relato da estada em Queenstown.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Envelhecendo com sabedoria


Alguém já disse que ficar velho traz muitos problemas, mas a alternativa é muito pior. E como você não tem escolha, não é suicida, é melhor encarar a realidade e fazer alguma coisa para, pelo menos, envelhecer bem, envelhecer com sabedoria.


Se levarmos a sério todas as recomendações da medicina, nossa vida ficará muito limitada. Como diz a canção do Roberto, o que é bom é ilegal, imoral ou engorda.

O que fazer então? Chutar o balde? Não! Vamos encontrar um meio termo, vivendo a vida, mas sem excessos.

Na verdade cada um tem seu próprio modelo. Trabalho com quatro pontos básicos: atividade física, alimentação saudável, controle do estresse e sexo cinco vezes por semana.

Atividade física é essencial, deve começar cedo e ser praticada a vida toda. Além das atividades aeróbicas, as anaeróbicas, principalmente a musculação, são também extremamente importantes, particularmente a partir da meia idade. Lou Schuler e Wilson Weigl afirmaram no site da revista Men’s Halph, em março de 2009: “Halteres não servem apenas para construir músculos: eles são também a maior arma a serviço do homem na luta contra o excesso de peso, o envelhecimento, a depressão, a irritabilidade e até mesmo a estupidez. Ou seja, esses objetos de ferro fundido deveriam ser considerados de utilidade pública.”

Chegar a uma alimentação saudável me foi difícil. Fui criado no interior de Minas, onde a prática alimentar é altamente calórica. Mas hoje reduzi muito a ingestão de carne vermelha, frituras, sal, açúcar, gordura e aumentei o consumo de peixes, frutas, legumes e verduras. Tudo sem radicalismo. Por exemplo, uma vez por semana saio para comer uma picanha, o que é até benéfico, pois um choque calórico semanal faz muito bem.

O controle do estresse talvez seja a maior dificuldade para a maioria das pessoas. Para mim não, pois sempre fui muito tranqüilo. Meu nível de ansiedade é próximo de zero. De qualquer forma, o estresse é existe e está presente em nossa vida até quando nos preparamos para sair de férias. O segredo é procurar não se preocupar com os pequenos problemas, divertir mais, viajar mais e buscar o que nos dá prazer e alegria.

Finalmente a melhor parte dessas recomendações: sexo, no mínimo, cinco vezes por semana.
Sabemos que os homens casados, normalmente, terão muita dificuldade para convencer suas parceiras a fazer amor cinco vezes por semana. A maioria das mulheres acha esse número excessivo, pelo menos, com os seus maridos.

Como não é politicamente correto fazer apologia à bigamia, a saída é usar a criatividade e todo o nosso poder de persuasão

Espero que eu tenha contribuido para melhoria de sua qualidade de vida e que você tenha uma vida longa e proveitosa como a do Oscar Niemeyer (foto), nosso melhor e centenário arquiteto.

Brasil continua recordista em mortes no transito


O carnaval acabou. As Escolas de Samba brilharam como sempre, milhares de pessoas participaram dos blocos de rua, muita festa e uma explosão de alegria. O Carnaval é uma festa linda, democrática e contagiante. Infelizmente, nem tudo foi alegria. Os acidentes de transito deixaram um rastro de sangue nas rodovias federais, com dezenas de mortes e centenas de feridos. Os números são estarrecedores e todos nós sabíamos que isso iria acontecer.
No próximo feriadão, que acontecerá na semana santa podemos afirmar que teremos mais uma triste estatística de acidentes. O pior é que os números também mostram que a causa desta carnificina, na sua grande maioria, decorre da imprudência dos motoristas. Excesso de velocidade e ultrapassagem em local indevido são as duas principais causas.
Por que essa triste realidade não pode ser evitada? O que leva as pessoas a continuar arriscando suas vidas, mesmo sabendo das conseqüências?
Muita gente tenta explicar, atribuindo a culpa nas estradas mal construídas e mal cuidadas, na fiscalização deficiente da Polícia Rodoviária Federal, etc., etc. Realmente as estradas são mal construídas. Por exemplo, num estado extremamente montanhoso como Minas Gerais praticamente não existem túneis nas estradas. A rodovia vai contornando as montanhas e fazendo milhares de curvas perigosas. A manutenção das estradas também é precária. Pior que a fiscalização deficiente da Polícia Rodoviária é a legislação que realmente não pune quem a desrespeita.
No entanto existe outra causa que considero a principal delas, embora seja pouco comentada. Sempre houve no Brasil a cultura da velocidade. Motorista bom é aquele que corre muito, que consegue fazer uma viagem de 250 km em apenas duas horas. O motorista que faz esta façanha sai contando para todo mundo, como se fosse um herói.
Motorista que não ultrapassa a velocidade permitida é roda dura. O bonito é correr. Talvez por isso haja tantos pilotos brasileiros fazendo sucesso nos diversos circuitos de velocidade pelo mundo. Mas rodovia não é lugar de competição e enquanto continuarmos com esta cultura estúpida continuaremos contando nossos mortos e feridos. Infelizmente.
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terça-feira, 8 de março de 2011

A demissão do técnico Adilson Batista, do Santos F.C.


Com a recente demissão do técnico Adilson Batista do Santos, fiquei impressionado com a surpresa da crônica esportiva de São Paulo.
Ora, trata-se de um técnico sem a menor condição de dirigir um time grande. Ele é trabalhador, dedicado, estudioso, mas extremamente medroso, chegando ao limite da covardia muitas vezes.
Durante quase três anos que ele dirigiu o Cruzeiro, com seu defensivismo exagerado ele impediu que o Cruzeiro conquistasse títulos importantes. Em 2008, quando o Cruzeiro tinha tudo para terminar a primeira fase da Taça Libertadores como o primeiro colocado entre todos os participantes dos diversos grupos, ele jogou o time na defesa contra o Real Potosi e acabou levando uma goleada de uma equipe fraquíssima. Esta lamentável atitude fez com que o time enfrentasse o Boca Júniors na fase seguinte. No domingo que antecedeu a primeira partida contra o Boca, o Cruzeiro jogou a primeira partida final contra o Atlético e goleou de 5x0. O time estava voando. Na quarta-feira seguinte foi o jogo com o Boca. Quando todos esperavam que ele fosse manter o mesmo time, ele tirou os dois laterais e escalou cinco volantes. Só não levou uma goleada porque o Boca perdeu inúmeras chances. Resultado: precisou jogar completamente aberto no Mineirão e acabou perdendo o jogo e a classificação para a outra fase da competição.
No campeonato brasileiro daquele ano não foi diferente, após uma grande partida no Mineirão, quando o time ganhou de 3x0 do Figueirense, ele foi jogar em Curitiba, contra o Coritiba. O Adilson modificou o time todo, jogou na defesa e apenas empatou. Contra o Palmeiras foi ainda pior. O time jogava bem, dominava o Palmeiras e ganhava de 1x0. Aos trinta minutos do primeiro tempo, o zagueiro Tiago Martinelli cometeu pênalti e foi expulso. O Adilson tirou um atacante e o substituiu por um zagueiro. Até aí tudo bem, mas ele poderia tranquilamente recuar um dos três volantes para a zaga e não fazer a tal substituição, mas o pior estava por vir. No intervalo ele substituiu o único atacante que restava por outro defensor. Era tudo que o Luxemburgo queria. O Palmeiras com o campo livre, massacrou o Cruzeiro e ganhou de 5x2.
A torcida suportou este técnico por mais de dois anos somente pelo excelente aproveitamento que obteve diante do principal rival, o Atlético Mineiro. Foram quatorze jogos, sendo onze vitórias, dois empates e apenas uma derrota, mesmo assim com o Cruzeiro jogando com o time reserva. Quando ele perdeu o campeonato mineiro de 2010 por jogar com o time reserva contra o Ipatinga ele perdeu totalmente o apoio da torcida e daí para a demissão foi um pulo.
No Corinthians e no Santos a torcida percebeu logo sua deficiência e ele caiu mais rápido.