O protesto do povo líbio contra Muamar Kadafi, que há quarenta e dois anos comanda com mão de ferro este importante país árabe, tem despertado interesse e apreensão em todo o mundo.
Há quase uma unanimidade contra o Kadafi, dentro e fora do país. Até a Liga Árabe já lhe virou as costas, mas ele insiste em ficar.
Por que Muamar Kadafi é tão insistente? Por que ele persiste no poder contra todas as evidências?
Fácil de explicar. Ele não abandona o poder nem o país pelo simples fato que o país é dele. Sim, ele acredita cegamente que o país é dele, o povo líbio pertence a ele, todo patrimônio do país é dele, de fato e de direito. Ele não tem nenhuma dúvida. Exatamente por isso ele não sente nenhum sentimento de culpa por ter se apoderado do poder este tempo todo, por ter protegido seus aliados, por ter destruído seus adversários, por ter saqueado os cofres da nação. Se o povo é dele, se o país é dele, nada mais correto que usufruir de tudo que o país oferece.
Assim é que funciona a mente dos ditadores. Todos eles raciocinam assim.
Hosni Mubarak, Bem Ali, Robert Mjugabe, Kim Jong II, Perón, Pinochet, Hugo Chaves, Fidel Castro, todos tem o mesmo perfil, a mesma linha de pensamento. Enquanto o povo permitir, os ditadores continuarão usando os seus países como se fosse o quintal de suas casas.
No Brasil tivemos o Getúlio Vargas que tinha o mesmo comportamento dos ditadores já citados, embora tenha reinado menos tempo como ditador. Depois não suportou governar com oposição e suicidou-se. Tivemos também os militares, que mesmo fazendo rodízio, comandaram o país por mais de vinte anos. Temos também verdadeiros “proprietários” de seus estados, como o Sarney no Maranhão e Antonio Carlos Magalhães que durante toda a sua vida foi o dono do estado da Bahia
Interessante notar que alguns políticos populistas, mesmo não tendo sido ditadores, continuam no poder até depois de mortos, como é o caso de Juan Domingo Perón, na Argentina, cuja influencia define eleições até hoje.
Nossos “hermanos” merecem este destino, tão trágico como um enredo de tango.
Interessante esse comentário, eu não tinha pensado sobre isso desse jeito, mas concordo....a mente dessa gente que entra no poder e depois não quer sair de jeito nenhum, deve ser porque se consideram donos dele. Sempre que um político pega o gosto do poder faz de tudo para se manter, como cachorro que não quer largar o osso!
ResponderExcluirMuamar Kadaffi pode considerar não todo o país dele, mas pelo menos 99%!
ResponderExcluirFoi ele quem mudou a situação da Líbia de uma crise economica envolvendo interesses colonialistas da Itália e transformou a Líbia no país de maior IDH da áfrica.
aponto somente isto:
-Os países da otan se continuarem com tal política do BIG STICK, se sentirão com razão de se apoderar de nossos aqüíferos.