terça-feira, 10 de maio de 2011

Houve equívoco na definição da idade do idoso para atendimento prioritário


Paulo César é aposentado, tem 63 anos, e sai de casa numa sexta-feira, à tarde, para fazer um pagamento no Banco Itaú. Como ele não tem conta neste banco, é obrigado a enfrentar a fila. Ele retira duas senhas: uma prioritária, que ele tem direito, e outra para o atendimento comum e fica aguardando. Vinte minutos depois é chamada a primeira das duas senhas, exatamente aquela para atendimento comum. Se ele não retirasse as duas, ficaria esperando por mais tempo.

Bem, este é um fato real, mas por ser isolado, não pode ser considerado como regra, mas já é um indicador importante para o que pode acontecer num futuro próximo.

Foi louvável a legislação que definiu prioridade para atendimentos das pessoas idosas. É claro que uma pessoa idosa tem mais dificuldade de locomoção, maior possibilidade de contrair doenças, necessidade de tomar remédios de uso contínuo em horários determinados e muitos outros limites impostos pela idade.

No entanto, uma legislação deve ser elaborada visando o futuro e as possibilidades de mudanças que certamente irão ocorrer. O limite de sessenta anos para definição da idade do idoso pode ser bom atualmente, mas no futuro vai se mostrar inócuo. O correto seria setenta anos, ou no mínimo, sessenta e cinco.

A justificativa para esta afirmação é muito simples, a redução nas taxas de fecundidade e o aumento na expectativa de vida dos brasileiros vai provocar um grande aumento no número de pessoas idosas.

O censo de 2010 promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma isso, de forma inequívoca. O Brasil é um país que caminha rapidamente para o envelhecimento populacional.

Em 2000 a população brasileira com mais de 60 anos era de 14,5 milhões de pessoas. Em 2010 supera os 20 milhões e em 2050, será superior a 64 milhões.

Daqui a pouco tempo corremos o risco de termos mais idosos do que jovens para o atendimento nos guichês dos bancos, nos órgãos públicos, nos aeroportos, etc. Aí a prioridade vai perder sua validade.

Como sempre no Brasil, o planejamento nunca faz parte das decisões do governo. Infelizmente!

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