segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Queda do quarto ministro do governo Dilma evidencia a herança maldita


A presidente Dilma se elegeu, exclusivamente, pela indicação e apoio de Lula. O ex-presidente passou os últimos dois anos de mandato promovendo sua ministra da Casa Civil. Dilma foi eleita, mas teve que aceitar o ministério montado por Lula. Afinal, ela representa um governo de continuidade.

Bastaram sete meses de mandato para a nova presidente sentir que recebeu uma verdadeira herança maldita, termo tão utilizado pelo PT, principalmente, no primeiro mandato de Lula, quando este, na realidade, recebeu de FHC uma economia estabilizada e preparada para o crescimento.

O atual ministério de Dilma é fruto da política de coalizão, que privilegia a farta distribuição de cargos no executivo aos partidos aliados em troca de apoio no Congresso. Um autêntico “toma lá, dá cá”.

No inicio do seu primeiro mandato, Lula resistiu a dar cargos ao PMDB, por ser esse um partido fisiológico e não programático. No entanto, com a descoberta do “mensalão”, veio à tona que embora não distribuísse cargos o governo comprava os parlamentares da base aliada por meio de benefícios diversos.

Com o avanço das investigações da CPI e o risco de perder o mandato, Lula mudou seu discurso e passou a aceitar qualquer tipo de aliança e a distribuir ministérios e cargos importantes do Poder Executivo aos partidos aliados para se garantir na presidência. Até o final de seus dois mandatos, o ex-presidente sempre defendeu seus ministros, mesmo sob sérias denúncias de corrupção. Quando era inevitável demitir, ele tratava de reabilitar o demitido, como fez com Palocci.

Agora Dilma ensaia uma postura diferente, recusando a ser conivente com as falcatruas descobertas em seus ministérios, o que tem assustado os partidos da situação, principalmente o PMDB, que já sente saudades do jeito Lula de governar.

Nos próximos meses veremos se a atual presidente continuará o processo de faxina iniciada no Ministério dos Transportes e que agora precisa continuar nos Ministérios de Turismo e Agricultura ou se irá sucumbir diante da chantagem da base aliada.

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