sexta-feira, 13 de julho de 2012

Cassação de Demóstenes Torres é mais um passo para a consolidação da democracia no Brasil


Nos seus 186 anos de e pela segunda vez na história, o Senado Federal cassa um senador.

Após ser comprovado seu envolvimento com o bicheiro Carlos Cachoeira, acusado de liderar uma rede criminosa de jogos ilegais e corrupção, além de mentir na tribuna do Senado, Demóstenes Torres foi cassado 

O primeiro a perder o mandato foi o inexpressivo ex-senador Luiz Esteves (PMDB-DF) em 2000.

Um número tão reduzido de cassações ao longo do tempo poderia provocar no cidadão menos esclarecido a impressão de que esta casa é um local onde políticos sérios e comprometidos com o importante cargo alcançado com o voto do povo, trabalhassem arduamente voltados para o bem da sociedade.

Pura ilusão. Os políticos brasileiros, salvo raras exceções, cometem as mais variadas irregularidades no exercício de seus mandatos. Falta de decoro, uso do cargo para auferir vantagens pessoais, para os seus amigos, seus familiares e, principalmente, para os grupos econômicos que financiam suas campanhas eleitorais, compra de votos e corporativismo são práticas usuais. Infelizmente!

Quem quiser conhecer um perfeito exemplar de senador deverá ler a “biografia” de José Sarney, escrita pelo jornalista Palmério Dória no livro “Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na Era Sarney” (Geração Editorial, 207 páginas).

No entanto, existem senadores que são considerados sérios e defensores da moral e da ética no Senado Federal e Demóstenes Torres era um deles. Ele sempre teve um discurso intransigente e impiedoso contra os senadores e deputados acusados de corrupção ou outra qualquer irregularidade, mas agia, clandestinamente, cometendo os mesmos erros de seus desafetos.

Depois dessa revelação não sabemos mais em quem confiar. O Partido dos Trabalhadores também defendeu a moral e a ética durante vinte anos e depois de assumir o poder não faltaram acusações contra José Dirceu, José Genuíno, João Paulo e muitos outros petistas de destaque.

De qualquer forma, e cassação de Demóstenes Torres, mesmo sendo realizada sob intenso clamor popular, pode ser considerado mais um passo para a consolidação da jovem democracia brasileira. Quem sabe um dia não teremos no futuro um eleitor mais consciente e possamos escolher melhor nossos representantes. Não podemos perder a esperança.

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