Ontem assistimos a mais um show de futebol do fantástico time do Barcelona. Os 4x0 sobre o Santos não representaram com precisão o que ocorreu nos noventa minutos de jogo, pois a superioridade da equipe espanhola merecia um placar bem mais elástico. Foi um jogo de um time só. Os santistas apenas assistiram aos comandados de Messi mostrar como se joga futebol. Hoje o time catalão não tem adversário à altura. No último sábado ganhou do Real Madrid, em pleno Santiago Barnabéu, por 3x1. Nessa partida, pelo menos, houve reação, houve até um pequeno predomínio do time madrilhenho nos primeiros vinte minutos, houve jogo. Ontem não. Um verdadeiro massacre, um “chocolate”. Ficou claro, para quem quer ver, a grande inversão de valores que ocorreu nos últimos anos. No passado os brasileiros praticavam o chamado “futebol arte”, enquanto os europeus o “futebol força”. Eles assimilaram nossa arte e nós, estupidamente, aprendemos a jogar com “pegada”, utilizando jogadores altos, fortes e sem técnica, dando trombadas e chutões para frente.
O futebol brasileiro involuiu e a grande responsabilidade por esse atraso é dos técnicos “retranqueiros”, que passaram a ser supervalorizados pela imprensa esportiva, estão ganhando salários altíssimos e acabando com o verdadeiro futebol brasileiro.
Tudo começa com as categorias de base, onde os garotos são pressionados a ganhar a qualquer preço, quando deveriam ser educados a competir com esportividade e, principalmente, deveriam ter liberdade para criar. Antigamente, os garotos aprendiam a jogar futebol nos campinhos de várzea, hoje aprendem a “bater” nas escolinhas de futebol e nas categorias de base dos times profissionais. E para participar, o garoto precisa ter altura e físico, senão nem treina.
Com essa política burra, hoje não temos mais armadores no futebol. Aqui mesmo neste espaço, no ano passado, eu escrevi que os melhores armadores do futebol brasileiro eram argentinos, na época, Conca, Montillo e D’Alessandro. O único jogador brasileiro que parecia ser um grande armador é o Paulo Henrique Ganso, mas que depois que se contundiu seriamente, nunca mais voltou a apresentar aquele futebol vistoso.
No meu post de 10 de dezembro último, sobre a brilhante vitória do Barça sobre o Real Madrid, eu falava da diferença entre o futebol apresentado por esta máquina de jogar bola e o futebol brasileiro: “sem violência gratuita, sem simulação de pênaltis, sem chutões para o alto e sem corriqueiro cai-cais tão comuns no futebol brasileiro”
Agora, depois dessa humilhante derrota de nosso futebol, os comentarias esportivos, aqueles mesmos que enalteciam os técnicos que jogavam com zagueiros “brutamontes”, volantes “brucutus” e centroavantes “postes”, como o próprio Muricy, são unanimes em criticar e pedir mudanças urgentes.
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