terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eleitores do Pará deram demonstração de civismo e responsabilidade


A tentativa de criar dois novos estados, Carajás e Tapajós, dividindo o estado do Pará em três, foi barrada pelos eleitores que disseram “não” a esta proposta que iria inchar ainda mais a já robusta máquina estatal brasileira.

É claro que as duas regiões que iriam se transformar em estados são carentes e abandonadas pelo poder público, como o restante do estado, que vem sendo pessimamente administrado há décadas. A questão não é, simplesmente, de dar autonomia às regiões e sim melhorar a gestão pública do estado.

Atualmente, apesar da administração caótica do Pará, o estado apresenta um pequeno superávit orçamentário. Com a transformação do Pará em três estados, estima-se que cada um deles teria um déficit de 1 bilhão, que seria pago, como sempre, por todos nós, contribuintes.

O grande problema reside no fato de que nossa Constituição exige que seja replicada em cada unidade toda a estrutura da união, ou seja, Executivo, Legislativo e Judiciário. Os custos são gerados pela instalação de uma sede de governo, uma Assembléia Legislativa, diversas secretarias de estado, milhares de cargos comissionados, órgãos de apoio, etc. Cria-se também uma despesa anual com salários e custeios que podem superar a R$30 milhões para cada novo estado. Teríamos também novos senadores que provocariam um custo de R$150 mil só em salários.

Antes de propor a criação de um novo estado é necessário garantir que ele seja, pelo menos, auto-sustentável. Já temos centenas de municípios espalhados por todo Brasil sem a menor condição financeira de existir e que foram criados pela irresponsabilidade de nossos políticos. Esses municípios servem apenas para enriquecer os políticos do poder executivo e legislativo que os controlam, enquanto a população vive na miséria.  A criação de um novo estado deveria ser precedida de um estudo sério de viabilidade econômica.

É bom lembrar que existem na Câmara dos Deputados onze projetos para criação de novos estados. Um espanto! Esperamos que os eleitores desses estados, quando consultados, tenham o mesmo nível de responsabilidade e bom senso apresentados pelos paraenses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário