quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Lupi caiu e o Pimentel já subiu no telhado. A fila anda...


Sétimo ministro a cair no governo Dilma, sexto por denúncia de corrupção, Carlos Lupi, resistiu durante um mês, quando presenciamos um vendaval de denúncias publicadas na imprensa e um festival de besteiras pronunciadas por ele na televisão, que deixaram claro para todo o Brasil, o seu despreparo para o cargo. Suas declarações, tentando se defender, foram grosseiras, preconceituosas e inoportunas.

Malandramente, ele escolheu um domingo em que todo o país estava com sua atenção voltada para a rodada final do Brasileirão, para apresentar sua carta de demissão. Não adiantou, houve grande repercussão na mídia.

Menos de quarenta e oito horas depois, surge o novo escândalo: o ministro Fernando Pimentel é acusado de ter recebido R$ 2 milhões nos anos de 2009 e 2010, período após deixar a prefeitura de Belo Horizonte e assumir o Ministério do Desenvolvimento, com a prestação de serviços de consultoria.

É impressionante a sucessão de denúncias contra os ministros do atual governo. Aliás, Pimentel furou a fila, pois o nome da vez vinha sendo o ministro das Cidades, Mario Negromonte (PP), acusado de envolvimento em possível cobrança de propina como taxa de inscrição no Programa Minha Casa, Minha Vida por organizações não governamentais (ONGs). Há também a acusação de que a diretora de Mobilidade Urbana do ministério, Luiza Gomide teria alterado parecer técnico que vetava a mudança do projeto do governo de Mato Grosso de trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um veículo leve sobre trilhos (VLT). A mudança aumentaria os custos da obra em R$ 700 milhões e faz parte do projeto de infraestrutura da Copa do Mundo.

Voltando ao caso Pimentel, uma das empresas atendidas pela sua consultoria teria sido vencedora em uma licitação da prefeitura da capital mineira após a saída de Pimentel do cargo. Certo é que o grupo da construtora Convap, um dos clientes da empresa, obteve no período, dois contratos de R$95,3 milhões com o municipio.
O jornal O Globo, na edição de hoje, informa que o seu sócio na empresa de consultoria, Otílio Prado, foi seu assessor na Prefeitura e lá continua até hoje, assessorando o novo prefeito. O mesmo jornal já havia informado, ontem, que a empresa de Pimentel e Otílio recebeu R$400 mil da QA Consulting, que pertence a um dos filhos de Otílio Prado.

A oposição tentou, sem sucesso, aprovar na Câmara dos Deputados, a convoção do ministro para prestar esclarecimentos, mas o PSDB pediu, nesta quarta-feira, que o Ministério Público abra investigação para esclarecer o caso.

O ministro se defende, negando que tenha realizado tráfico de influencia e afirmando que não ocupava, na época, nenhum cargo público e que as empresas atendidas por ele não têm relações com o governo federal.

Este caso, muito parecido com o do ex-ministro Palocci, ainda vai render muitos desdobramentos e pode ter o mesmo desfecho.

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