terça-feira, 19 de abril de 2011

O dia em que um analgésico salvou a vida do Pinhé



Paulo Roberto Pinhé é um famoso mulherólogo. Desde a década de sessenta, ele faz as mulheres felizes. Mulherólogo! É assim que ele gosta de ser chamado. Quando alguém o chama de mulherengo, ele reage, dizendo que esse termo é pejorativo, que ele é um profundo estudioso das mulheres e se utiliza desse conhecimento para levá-las ao delírio do prazer. È um grande benemérito nosso Pinhé. Ele tem muitas histórias para contar.

Esta ele me relatou quando fazíamos uma viagem, a trabalho, para São Paulo.

Sua façanha aconteceu em Juiz de Fora no ano de 1969, ano em que o homem chegou a Lua e quase que o Pinhé também vai para o espaço.

O Pinhé foi transar com uma mulher casada. Seu marido trabalhava numa fábrica de tecidos. Naquela época, Juiz de Fora vivia o fim de uma era de esplendor na sua indústria têxtil, atividade que levou a cidade a ser chamada de Manchester Mineira, uma referência à cidade inglesa, famosa pela sua indústria.

O maridão trabalhava de turno, à noite; só chegava em casa pela manhã. Seu nome era Luis, ou Luisão para os íntimos, um nordestino “arretado”, alto, forte e rude. Ele sempre dizia:

- Se a Marilda me trair, eu mato o cabra da peste!

Logo que o marido saiu, o Pinhé chegou cheio de amor para dar. Todo perfumado, paletó xadrez, garrafa de vinho debaixo do braço e com todo o tesão do mundo.

A Marilda, mulher séria e religiosa, não faltava à missa aos domingos, participava de todas as novenas do bairro, era amiga do padre, mas ninguém é de ferro e a cantada do Pinhé foi irresistível.

O Pinhé chegou, colocou o vinho na geladeira para dar uma resfriada e foi logo abraçando, beijando e apertando a bunda da Marilda, com todo carinho, é claro.

O casal estava tranquilo, tinha toda a noite pela frente, noite que prometia ser inesquecível.

Bateram um bom papo, apenas amenidades. Depois o Pinhé abriu a garrafa de vinho, declarou todo o amor que sentia pela Marilda, comeram uns salgadinhos que ela preparou e foram, finalmente, para cama.

O Pinhé era um mestre nas preliminares e costumava dizer que aí residia todo o fascínio que exercia sobre as mulheres.
 
Pinhé começou tirando a roupa da Marilda, peça a peça, até deixá-la completamente nua. Passou a beijá-la na boca com a fúria de um amante latino. Depois de mordiscá-la na orelha, foi descendo pelo pescoço, seios, barriga, virilha... Neste momento crucial se ouve um barulho na porta da frente. Era o marido retornando inesperadamente.

Tocou horror naquele ninho de amor. Marilda pulou da cama, vestindo a saia e a blusa em tempo recorde e exclamando:

- É o meu marido. É o Luisão. Estamos ferrados!

Pinhé também deu um salto, juntou rapidamente suas roupas e escondeu-se atrás da porta, tremendo como uma vara verde. A “vara” sempre presente na vida do Pinhé.

Felizmente o Luisão foi direto para a cozinha tomar água, onde a Marilda o encontrou:

- O que houve? Você foi despedido?

- Não, ainda bem que não. Estou é com uma sinusite braba, cabeça estourando de dor. Falei com o supervisor, ele não gostou, mas pedi para sair mais cedo, não estou agüentando de tanta dor.

- Ora, meu amorzinho, você sabe que a fábrica está demitindo muita gente e não é uma dorzinha de cabeça que vai fazer o machão do meu marido faltar ao trabalho. Vou preparar um chazinho infalível, você toma também esse analgésico importado do Paraguai, ele é tiro e queda, e volta para seu trabalho. Seu supervisor ficará feliz e você vai ganhar muitos pontos com ele.

Luisão vacilou, pensou bem e resolveu voltar.

Ao sair, a Marilda ainda brincou: Vai trabalhar vagabundo!

O mais impressionante dessa história é que o Pinhé voltou para cama com a Marilda e ainda transou com ela por três vezes. Saiu de lá às quatro da manhã cantarolando, feliz da vida.

Depois do sufoco que o Pinhé passou qualquer ser humano normal ficaria uns quinze dias “brocha”, menos, é claro, o poderoso Pinhé.

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