quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A Inoperante Política de Reduzir Temporariamente os Impostos para Alavancar a Economia



“Os donos do capital incentivarão a classe trabalhadora a adquirir, cada vez mais, bens caros, casas e tecnologia, impulsionando-a cada vez mais ao caro endividamento, até que sua dívida se torne insuportável. (1867)”.
Karl Marx

Inicio meu post de hoje com esta frase de Karl Marx, embora eu não seja comunista, muito pelo contrário, sou radicalmente contra qualquer forma de ditadura, de esquerda ou de direita.

A razão de começar com esta impactante frase de Karl Marx prende-se ao fato de sua semelhança com a politica econômica do governo Dilma, por mais paradoxal que possa parecer, uma vez que o PT, historicamente, é um partido de esquerda, fundamentado nos princípios do socialismo. Mas o que temos presenciado é um grande esforço para aumentar o consumo, levando as famílias a um alto índice de endividamento.

Com intuito de combater os reflexos da crise financeira internacional na economia brasileira e incrementar o Produto Interno Bruto (PIB), a equipe econômica do governo Dilma, tomou medidas pontuais para aumentar o consumo.

O governo aumentou muito o crédito imobiliário, provocando um acréscimo considerável na demanda nesse setor e, consequentemente, um aumento exagerado no preço dos imóveis.

Reduziu o IPI (Imposto de Produtos Industrializados) dos automóveis, proporcionando, incialmente, um aumento na venda de veículos novos, enchendo ainda mais as cidades de carros e tornando ainda mais insuportável o transito de veículos. Além de agravar a mobilidade das cidades e aumentar a poluição, há também o impacto sobre a receita de estados e municípios. 

Em pronunciamento junto à Comissão de Meio Ambiente, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) fez o seguinte alerta: “Ao invés de investir em uma política de inovação tecnológica em atividades de baixo carbono, o governo estimula o consumo de automóveis, o que torna nossas cidades menos sustentáveis”.

O maior argumento da equipe econômica para a redução do IPI dos automóveis é a preocupação com o nível de emprego e a manutenção do parque automotivo, no entanto essa não pode ser o principal estímulo à indústria nacional.

Reduziu também o IPI dos eletrodomésticos da linha branca e móveis. Esta medida provocou antecipação de compras para aproveitar o estímulo fiscal, contribuindo para o endividamento das famílias. Num segundo momento há, inevitavelmente, uma retração nas vendas e a formação de estoques indesejáveis. Foi o que ocorreu tanto na venda de veículos como nos eletrodomésticos e móveis.

O setor de veículos ilustra bem esse movimento. Depois do recorde de vendas atingido em agosto, houve queda de mais de 30% em setembro na comparação com o mês anterior no número de automóveis e comerciais leves vendidos. Segundo a Associação Nacional de Veículos Automotores - Anfavea houve uma redução  na produção de veículos comerciais leves, caminhões e ônibus de 1,9% em 2012 em comparação com 2011. Ao longo do ano a indústria como um todo também sofreu recessão.

A prova mais evidente do fracasso da política econômica do governo é crescimento pífio do PIB em 2013, em torno de um por cento, isto é, próximo de zero.

Neste cenário destaca-se a figura do ministro Guido Mantega, que age como um boneco programado para repetir indefinidamente que o PIB vai crescer, vai crescer, vai crescer, enquanto os números mostram uma redução constante em suas previsões. Sua atuação bisonha já se tornou uma chacota internacional. A revista The Economist já sugeriu sua queda e um dos blogs do jornal Financial Times o colocou e a presidente Dilma como personagens centrais de um conto de fim de ano. Ele como “Elfo vidente” por causa de suas previsões não confirmadas para o crescimento. Novamente o governo e os economistas estão prevendo um maior crescimento para o ano em curso. Como ambos erraram feio em 2011 e 2012 não dá para confiar.

Para 2013, se a presidente Dilma quiser mesmo alcançar um “pibão grandão”, como ela afirmou recentemente, ela deveria aproveitar sua ampla maioria no Congresso Nacional para aprovar uma reforma tributária séria, que pudesse simplificar nosso complexo sistema tributário e reduzir sua altíssima carga, aumentar consideravelmente os investimentos estatais, que em 2012 foi metade do valor autorizado e melhorar sua relação com a iniciativa privada, mesmo contrariando a filosofia petista de estatização ou continuaremos patinando e perdendo a oportunidade de nos tornarmos uma grande potencia econômica.

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